Arthur: O Piloto III 🎡

Capítulo 103 :

Em Mônaco Arthur estava levemente arrependido por ter concordado em participar daquela reunião que as mulheres de sua família marcaram no Maison de noivas em Monte Carlo. Na verdade tinha ido para ficar segurando Heitor que não parava e as gêmeas que estavam nesse momento rolando pelo carpete, mas agora tinha que ficar ouvindo os palpites histéricos de Carla e sua mãe em cima do vestido de noiva de Thaís. Uma hora era sexy demais, outra apagado demais, tudo era demais para ele.

Thaís: Mas eu gostei desse. — colocou as mãos na cintura e olhou para o grande espelho.

As vendedoras estavam a cercando de um modo extremamente falso, o que deixava Thaís cada vez mais indecisa.

Carla: Esse é perfeito Thaís, a sua cara. — colocou-se ao lado da cunhada e sorriu com o vestido.

Era simples, perfeito para um casamento na praia e combinava com o estilo de Thaís. Era em um formato reto, com a saia pregueada e um ombro só, o detalhe mais bonito era a faixa larga de cristais abaixo do busto.

Beatriz: Meu amor, dá uma olhada nos Vera Wang, são muito melhores.

Apontou para as araras com os vestidos enormes e bufantes, que de longe já faziam Thaís suar frio. Ela sabia que não conseguiria dar dois passos com um vestido daqueles. Pela primeira vez em sua vida sentiu-se bem com uma roupa, ainda mais por saber que aquela roupa, seria a de um dos dias mais perfeitos de sua vida.  

Maria Clara: Mãe, me ajuda a fechar o zíper?

A voz doce de sua filha fez Arthur erguer os olhos rapidamente e simplesmente parar no tempo ao ver aquela imagem. Ela estava uma verdadeira princesa com aquele vestido de noiva, imaculadamente branco e lindo. Era em formato tomara que caia, com um decote em formato de coração e parte de cima com tecido drapeado, na cintura, havia uma faixa média com cristais e pérolas e a saia tinha certo volume e uma pequena cauda, mas não era o vestido que estava o encantando, era sua filha dentro dele, era o sorriso e os olhos cheios de lágrimas dela que diziam muitas coisas.

Doía muito saber que ela dali a alguns meses iria para outro país, começar uma vida ao lado de Victor, mas ao ver ela daquela forma, radiante de tão feliz, ele entendeu que era a coisa certa a fazer. Sua filha tinha crescido, iria se casar, mas nunca deixaria de ser sua princesa, sua bebezinha e sua vida. Levantou do sofá, deixando os bebês no carpete e se aproximou de Maria Clara e de Carla, que estava fechando o zíper e se livrando das lágrimas. Maria Clara olhou para o reflexo de Arthur no espelho e sorriu, não conseguindo segurar as lágrimas.

Arthur: Você está maravilhosa filha. — parou ao lado dela e segurou o rosto dela. Clara abriu um sorriso e olhou para sua mãe, que só chorava.

Maria Clara: Você acha mesmo pai? — virou de frente para ele que a olhou mais uma vez e assentiu.

Arthur: Tenho toda a certeza do mundo. — sorriu e esfregou os olhos, antes que as lágrimas começassem a cair.

Maria Clara: Você gostou do vestido?

Arthur: Você ficou uma princesa nele, meu amor. — segurou a mão dela e a fez dar uma rodadinha.

Maria Clara começou a rir e Carla apenas sorriu, sabendo o quanto era importante para ela que Arthur estivesse ali e ainda dando opiniões sobre o casamento dela.

Maria Clara: Então eu acho que é esse, mãe. — virou para mãe que assentiu.

Carla intimamente deu graças a Deus, porque fazia já uma semana que estava correndo atrás do vestido perfeito de Maria Clara. Enquanto Thaís na primeira visita nessa loja já tinha escolhido e já estava pagando, para o desgosto de Beatriz que ainda insistia em um Vera Wang, mas ela sabia o que era esse momento, com seu vestido de noiva ficou três meses em ponte aérea do Brasil para Paris e Itália. Carla assentiu e foi falar com a vendedora sobre preços e data de entrega, deixando Maria Clara e Arthur se olhando.