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📌 16 de novembro de 2022.
V A L E R I E
Nota 0 pra quem inventou isso de eu ser irmã mais velha.
Ninguém merece em plena quarta-feira de noite eu ter que ir levar meu irmão em uma festa de 15 anos.
E se fosse só levar, ainda seria ok. Mas não contente de só levar, minha mãe ainda pediu pra eu ficar lá com ele. FICAR LÁ COM ELE.
Socorro, Deus. Por favor, socorro.
Pelo menos ia ser uma festa de gente rica. Não que nós somos pobres, minha familia tem boas condições. Mas perto dessa gente, somos pobres sim.
Então, vou aproveitar pra comer e deixar o pirralho se divertir.
— Valerie, você promete que não vai ficar que nem a mamãe fica? — o garoto olha pra mim com um bico gigante no banco do carona.
— Prometo, Victor. Você vai até esquecer que eu tô lá com você. Eu só vou comer e ficar lá sentada, na hora de ir embora eu te chamo ou você me chama. — combino com o meu irmão que desfaz a careta e sorri cúmplice.
Nossa relação é de amor e ódio. Tal quais irmãos normais. Victor e eu temos 5 anos de diferença de idade. Ele tem 16 e eu fiz 21 esse ano.
— Queria que você fosse legal assim sempre... — o idiota me provoca.
— E eu queria ser filha única. Nem tudo que a gente quer a gente tem. — estalo a língua no céu da boca e ouço apenas um baixo resmungo de Victor.
Continuamos o trajeto em silêncio. A festa vai ser no Interactive Hall. Um espaço conhecido aqui em São José dos Campos, interior de São Paulo.
— Valerie... — a santa paz do silêncio é quebrada.
— O que foi? — reviro os olhos sem olhar para o adolescente ao meu lado.
— Você sabe que a festa que vamos é da Maria, né? — vejo a expressão séria dele pelo canto dos olhos.
— Tá, a mãe falou. Mas e aí? Ela é sua namorada? — um sorriso de canto brota nos meus lábios.
— Não, Valerie. O irmão dela é jogador de futebol. — ele revira os olhos.
Jogador de futebol. Isso explica porque minha mãe disse que seria festa de gente rica.
— Tudo bem. Bom pra eles. — dou ombros ainda prestando atenção na pista. Estamos quase chegando.
— Não, não, não. VOCÊ NÃO TÁ ENTENDENDO. — o menino se exalta e eu arregalo os olhos. Não aguento a risada.
— Não mesmo, Victor. Me explica pra quê tanto piti — gargalho alto.
— Então, Valerie. A Maria é irmã de um jogador do Corinthians. — Victor fala respirando fundo.
Eu gargalho ainda mais alto.
— HAHAHAHAHA EU NAO ACREDITO,
VICTOR. — não consigo me conter.— Por favor, irmãzinha querida do meu coração. Não faz nenhuma piada ou provocação se você topar com o irmão dela. Eu te imploro. — ele suplica enquanto pega no meu ombro.
O desespero do Victor tem um nome: Clube de Regatas do Flamengo. O time que eu escolhi torcer quando ainda era menina na cidade em que nasci e vivi até meus 15 anos de idade, lá no norte do país.
Flamengo também era o time que meu pai torcia. Ele faleceu quando eu tinha 13 anos. 2 anos depois fomos morar em São Paulo. Aqui em São José, nós moramos a 3 anos.
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Fantasi • Yuri Alberto
FanfictionSabe aquele ditado "água mole em pedra dura, tanto bate até que fura"? Então. Valerie Castro começa a entender muito melhor essa expressão a partir da noite em que esbarra no jogador do Corinthians, Yuri Alberto. Yuri nunca tinha se sentido atraído...