𝕋𝕣𝕚𝕟𝕥𝕒 𝕖 ℚ𝕦𝕒𝕥𝕣𝕠

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📌 22 de dezembro de 2022

V A L E R I E

— Eu queria morar aqui, sabia? — comento alto enquanto estamos andando em direção ao jatinho que vai nos levar de volta a São José.

Todos sorriem.

— Eu também. — um atropela o outro na fala mas concordam comigo.

— Aqui é o paraíso. — Dona Flávia repete mais ou menos o que eu disse ontem pro Yuri.

Ele me olha cúmplice apertando minha mão e sorrio nasalado lembrando da cena.

— Agora de volta a realidade cruel. — Caio relembra.

— Cruel? Você só joga, treina, dorme e come. — Tainá implica.

— Victor idem. — reviro os olhos.

O bafafá é instaurado, começa o falatório e as briguinhas típicas de irmão.

— Não falta nada, né? Atenção aqui. Todos presentes e todas as malas aqui? — Seu Carlos põe moral.

Olhamos ao redor, conto minha mala e a mala do Yuri, e o restante observa também.

— Tá tudo aqui sim. — César constata.

— Então vamos, que pelo menos a gente chega cedo. — o patriarca da família fala novamente.

Nos ajeitamos nas poltronas e seguimos viagem.

— Vocês dois vão lá pra casa? — Dona Flávia pergunta e eu olho para Victor.

— Eu não sei. Eu acho melhor a gente passar em casa. Desarrumar essas malas e ver como estão as coisas lá. Não sei se minha mãe vai estar lá, mas mesmo assim... — explico.

— É. Vamos pra casa. De lá se a mãe não estiver eu vou pra minha tia. — Victor coça a cabeça meio contrariado.

— Não, que nada. Se a mãe de vocês não estiver, você pode ir lá pra casa, Victor. Dorme no quarto do Caio. — a senhora loira faz os dois meninos trocarem um cumprimento estranho com as mãos.

Yuri revira os olhos.

— Não pensei que junto com você viria esse mala de brinde. — ele sussurra.

— Ei, já esqueceu o que conversamos? — faço careta.

— Eu sei, eu sei. Mas não consigo evitar. — o jogador se entrega.

— E você, minha loirinha. Vai dormir na sua casa mesmo? — Yuri continua.

Ele sabe a resposta. Ele sabe que essa viagem só me fez acostumar mais a dormir com ele.

— Não. Você me busca de noite lá? — peço e ele assente todo sorridente.

A família Monteiro virou a segunda casa dos irmãos Castro, vulgo eu e Victor. E eu acho isso muito engraçado.

Quem diria.

Eu nem queria ir para aquela festa de 15 anos da Maria. Imagina se eu não fosse. Não estaria rendida pelo rival e nem quase morando na casa dele agora.

— Você me liga quando for pra buscar, ok? — o jogador pede. Balanço a cabeça em concordância.

Deito um pouco a cadeira e repouso minha cabeça nos braços do atacante. Minhas pálpebras vão ficando cada vez mais pesadas e eu apago rapidamente.

Fantasi • Yuri AlbertoOnde histórias criam vida. Descubra agora