𝕋𝕣𝕚𝕟𝕥𝕒 𝕖 𝔻𝕠𝕚𝕤

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📌 21 de novembro de 2022

V A L E R I E

O dia amanheceu tranquilo. Acordei ao lado de Yuri. E me sentia muito melhor que ontem. Nós dois nos arrumamos rápido para não perder o café e passamos a manhã mergulhando e brincando na praia.

Achei até um cachorrinho lindo que se perdeu do dono mas logo foi encontrado. É surreal a sensação de pertencimento que eu sinto ao estar com todos ali.

Tainá me mandou um olhar cúmplice na primeira vez que nos vimos hoje. Pronto, tinha segredo com a Maria e agora tenho com a Tainá. Falta só com a Ana Lígia.

— Faltou só a nossa Zizi aqui. — Dona Flávia comenta enquanto estamos na areia.

— Isso é verdade. Ela ia amar brincar na área e mergulhar com a gente. E iria correr a pousada inteira. — sorrio lembrando a mesma coisa que falei com o Yuri no dia que chegamos.

— Incrível como a Ysis gostou da Valerie de primeira, né? — Tainá se pronuncia, eu sorrio nasalado.

— Nada disso. Nos primeiros 20 minutos ela não soltou uma risadinha sequer. Super desconfiada. Só melhorou depois que a Valerie falou que ia brincar de boneca com ela. — Yuri entrega e todos sorriem.

— Isso é verdade. — concordo com o jogador que beija meu rosto.

— Mas agora ela só fala da Tia Lili, pra cima e pra baixo falando da loirinha. — Seu Carlos comenta.

— Isso é verdade. — Dona Flávia assente.

— E eu achava que nem era tão boa com crianças. Mas consigo amarrar o cabelo, e arrumar a pequena. — sorrio orgulhosa.

— Já sabe mais que o papai aqui. — Caio não perde a chance de alfinetar o irmão.

A conversa continua mas minha mente só pensa no diálogo de ontem. É como se eu necessitasse falar pro Yuri o que eu sinto. Como se cada vez mais a coragem pairasse sobre mim e me desse vontade de prosseguir a conversa sobre o Gerson.

Em determinado momento todos levantam para subir e ir descansar. Eu continuo nas nuvens. Olhando pro horizonte e refletindo sobre tudo que aconteceu nesse último mês.

Minha vida virou de cabeça para baixo. Mas ao invés de tudo ficar bagunçado, pelo contrário. Tudo foi organizado no seu devido lugar.

— Você não vai subir? — Yuri pergunta e eu nego.

— Tá tudo bem? — ele pergunta novamente e novamente eu nego.

O jogador sorri nasalado.

— Quer que eu fique? — dessa vez assinto.

— Se for sobre a situação de ontem, me desculpa de novo. — Yuri me abraça de lado.

— É sobre ontem mas não é sobre a festa. — finalmente falo algo.

— E é sobre o que? — me olha confuso.

— Eu acho que quero falar sobre o que eu conversei com o Gerson. — tomo coragem.

Engulo seco. A ânsia de vômito vem. Vomitar as palavras que estão presas na minha garganta.

Yuri faz um leve carinho no meu ombro. Eu sinto que se eu não falar sobre isso eu não vou estar me permitindo sentir. E eu quero sentir.

— Tem certeza? Se não quiser eu entendo. — o atacante parece compreensivo.

— Tenho. Eu quero. — sorrio fraco.

Fantasi • Yuri AlbertoOnde histórias criam vida. Descubra agora