ℚ𝕦𝕒𝕣𝕖𝕟𝕥𝕒 𝕖 𝕊𝕖𝕚𝕤

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📌 01 de janeiro de 2023

Y U R I

Todos fomos dormir bem tarde. Eu não aguentei ficar até de manhã. Mas também não consegui dormir até tarde.

Quando acordei tinha pouca gente acordada também. Deixei minhas duas loirinhas dormindo juntas. Nesse momento estou descendo as escadas em direção a cozinha.

Tá tudo bem silencioso, o chão ainda está sujo de confeite. Os balões estão pregados na parede.

Sorrio ao lembrar como meu ano começou. Fomos um dos últimos a subir para dormir. Ysis estava dormindo com minha mãe.

Valerie e eu aproveitamos o momento para começar o ano com o pé direito. Fazer amor com ela era sempre uma das melhores sensações do mundo.

Ainda de madrugada Ysis acordou e pediu por mim. Minha mãe veio me entregar a pequena que dormiu no nosso meio. Como uma família.

Acordo do transe ao ver Victor sentado no gramado fora da casa. Faço uma careta.

O que esse moleque tá fazendo sozinho olhando pro nada? Será que eu vou lá, ou eu finjo que não vi ele?

Pego uma fruta na geladeira e decido ir até ele. O que poderia ser, afinal?

Ando até próximo dele.

— O que você tá fazendo aí sozinho, moleque?— o menino me olha rapidamente e volta a olhar pro horizonte.

— A minha mãe ligou cedo desejando feliz ano novo. Ela tá em Vitória, a trabalho. — ele sorri triste.

Dona Sônia tem uma leve mania de fugir das responsalidades pessoais dela usando o trabalho como desculpa. Até agora só tinha visto a Valerie triste. Nunca o Victor.

— Ah, entendi. Hum. Você tá bem? — fico meio sem saber o que dizer ou fazer.

— Tô sim. Como a Valerie sempre diz. Acostuma. E outra, aqui foi super foda o réveillon, o Natal.... Não é responsabilidade de vocês acolherem a gente, mas vocês fazem isso super bem. — ele umedece os lábios ainda sem contato visual.

— É. Como minha mãe diz. Vocês são da família. — sorrio. Nunca tinha trocado tantas palavras com esse menino.

— Eu sei. Mas faz falta, sabe? Ela sempre foi mais próxima de mim do que da Valerie. E hoje ela até tenta manter a capa de superprotetora, mas não rola mais. — ele passa as mãos no cabelo. — Desculpa desabafar isso com você. — o mais novo suspira.

— Não precisa pedir desculpa. Só é estranho porque nunca conversamos mais de 5 minutos. — explico.

Nesses quase 2 meses nós dois nunca conversamos sozinhos. Era sempre eu, ele e pelo menos mais uma pessoa.

— É verdade, mas é porque você nunca me deu abertura. Sei lá. Você nem gosta de mim e eu entendo. — ele dá ombros.

Tal qual a Valerie, a marra existe e é mostrada pro mundo, mas no fim, é só um menino que guarda os sentimentos no local mais profundo.

— Não é que eu não goste de você. Eu só fico receoso... — tento explicar como eu me sinto.

— Eu vou cuidar da sua irmã, cara. Sabe? Eu sei que você deve ter medo de eu magoar ela ou fazer algo errado. Mas eu me esforço pra caralho pra ser um bom namorado. — Victor continua sério.

Ouvir isso dele de certa forma acalma as inseguranças que eu tenho quanto a Maria se machucar. Eles são tão jovens.

— É bom ouvir isso. Mas entende, ela é minha irmã mais nova, esse cuidado maior existe em mim. Eu sei que a Valerie pode não transparecer, só que ela se sente assim com você também, na questão de proteger e cuidar. — explico mais ainda.

Fantasi • Yuri AlbertoOnde histórias criam vida. Descubra agora