ℂ𝕚𝕟𝕢𝕦𝕖𝕟𝕥𝕒 𝕖 𝕆𝕚𝕥𝕠

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📌 13 de janeiro de 2022

V A L E R I E

Porra. Não esperava que ele fosse chegar. Será que ele ouviu tudo? Estranho seria se não tivesse ouvido.

Nesses dois meses eu conheço Yuri bem o suficiente para entender o modo como ele age. E pelo modo como ele entrou no quarto, me abraçou e pelo que ele falou, eu tenho certeza que ele ouviu. Porra.

E eu entreguei, não é? Cai no choro. Yuri entrou e eu já estava chorando. Com o que ele disse eu chorei mais ainda. Como não chorar?

"Eu nunca vou sair do lado de vocês, Lili".

Me arrepio dos pés a cabeça só de lembrar. Ele não tem ideia do quanto isso é significativo para mim. Do quanto é recíproco. Faz meu medo se reduzir a zero.

Novamente lembro de Sindy falando sobre começos. Yuri foi o meu começo. Yuri, Ysis... A família Monteiro foi meu começo. Eu sinto que antes deles eu não era ninguém. É como se toda minha vida só começasse a fazer sentido quando nos esbarramos. E cada dia, a cada momentinho, eu percebo isso ainda mais.

Assim que saio do quarto de Ysis junto com o Yuri ele me chama com as mãos para irmos em direção ao quarto dele. O nosso quarto, como ele gosta de chamar.

Respiro fundo e arrumo meus cabelos. Meu rosto deve estar super inchado.

Chegou a hora da conversa.

O que eu vou falar?

"Então, acho que eu tô grávida porque sou uma pateta que esquece de tomar os remédios direito".

Porra, Valerie. Você só vacila.

Adentro o quarto e sento na cama e a vontade de chorar novamente aparece. Meu coração parece que vai sair pela boca.

— Eu ouvi o que você falou pra Zizi no quarto. Não sei se ouvi tudo, mas ouvi o suficiente. — ele senta do meu lado e me abraça.

— Desculpa. — engulo seco. — Desculpa por não contar, por esquecer os remédios uma vez ou outra, por ser uma boba desatenta. Eu surtei e tô surtando sozinha mesmo sendo só uma possibilidade.

O jogador me afasta um pouco para olhar nos meus olhos.

— Há quanto tempo você desconfia? — pisca os olhos curioso ignorando meu surto.

— Desde quando passei mal de noite lá em casa. Mas já fiquei neurada desde que percebi os remédios esquecidos. — sou sincera. O dia que a Maria e o Victor estavam lá em casa foi quando uma chavezinha virou em mim.

— Aí fiz as contas mas faz menos de um mês desde Noronha. É tão recente. Só que meu ciclo já tá atrasado. Era pra vim essa semana. E sei lá, não costuma atrasar. Aí junta com todas as coincidências, Zizi chamando neném, Ryan perguntando de neném, você, sua mãe, Tata... todos falando disso. Porra, tô muito neurada. — metralho já surtando novamente.

Ele sorri baixo.

— Ei, calma. Você nem tem certeza, meu amor. Nós não temos. — tenta me acalmar. — Para de se culpar, Lili. Estamos juntos nessa, e em todas. Você não fez nada sozinha, você não foi descuidada sozinha. Eu já disse, eu não vou sair daqui, amor. Eu não vou fugir, não vou deixar você sozinha. Mas não temos certeza de nada. Então, calma. — olha diretamente nos meus olhos enquanto segura meu ombro.

Lágrimas rolam no meu rosto e eu respiro fundo várias vezes na tentativa de me acalmar.

Porra. Ele diz que eu sou uma caixinha de surpresas mas eu não esperava essa reação dele. Não mesmo. Ele estava agindo tão estranho.

Fantasi • Yuri AlbertoOnde histórias criam vida. Descubra agora