𝕊𝕖𝕤𝕤𝕖𝕟𝕥𝕒 𝕖 ℂ𝕚𝕟𝕔𝕠

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📌 16 de janeiro de 2023

Y U R I

Desde que acordei só uma coisa paira sobre meus pensamentos.

Gabigol. Gabigol. Gabigol.

Qualé. O cara dedicou um gol pra MINHA namorada. E nem adianta falar que eu não pedi em namoro. Isso é uma questão de tempo. É NAMORADA SIM.

Eu não consigo parar de pensar nisso de gol dedicado. Me deixa possesso. Mesmo sabendo que a Valerie não dá um real de moral nem pra ele nem pra nenhum outro jogador daquele time.

Me dá um frio na barriga só de lembrar do diálogo que ouvi. Ele entregando a camisa agora de número 10 pra ela.

"Gol do Gabigol pra LLM".

Esse nem é mais o apelido dela. Agora ela é Lili. O apelido que Ysis chama ela desde o dia que elas se conheceram. E todos sabem que Lili combina muito mais com a Valerie do que LLM.

Eu juro que tentei. Valerie pediu pra eu desencanar e eu concordei. Disse que não ia neurar e que não ia deixar isso abalar minha confiança, porém, abalou. Meu lado competitivo fala muito mais alto. Ele é foda. Eu sei que já disse isso. Mas eu posso ser muito mais. Eu posso e vou fazer melhor.

Tudo isso faz eu me martirizar um pouco por não ter pedido a Valerie em namoro ainda. Mesmo sabendo que são só títulos. E agora penso em alguma forma de fazer isso.

— Vão desligar tudo e deixar você preso aí se continuar olhando pro nada que nem um idiota. — o calvo desgraçado me faz levar um susto.

— Parece uma assombração. Porra. — levo uma das mãos no coração fazendo Guedes sorrir baixo.

Ele está com uma mochila nas costas e pronto para ir embora. Ainda falta eu vestir minha camisa e calçar meu sapato.

— Já virou rotina você aí todo pensativo. Qualquer dia desses vão te trancar aqui, tô avisando. — continua fazendo piada. Tosco.

— Pensando na loirinha, né? Só isso que você faz. Pelo menos hoje não influenciou no treino. — ele senta ao meu lado. Dou ombros.

O treino hoje foi bastante proveitoso, sinto menos dor no tornozelo e já fui liberado para jogar na quarta. Final de semana os meninos perderam o primeiro jogo da temporada, então estamos trabalhando em dobro para que não ocorram mais derrotas.

— Pensando que não pedi ela em namoro ainda. Você acredita que o desgraçado do Gabigol dedicou um gol pra ela ontem? — bufo com raiva ao lembrar.

— Puta que pariu. Se fosse eu na sua pele estaria com raiva. — sorri nasalado.

— Mas eu tô com raiva. Sei lá, nem é raiva. Falei pra Valerie que não ia neurar mas não tem como, perdi um pouco da minha própria confiança. É como se agora eu tivesse a necessidade de mostrar que sou melhor que ele. — confesso para o platinado.

Ele assente.

— É ego de homem, né? Iria ficar do mesmo jeito. Mas porra, eu te avisei. Te avisei pra pedir ela em namoro, você fez o que? Ignorou. — parece uma mãe dando bronca no filho. Reviro os olhos.

— Ela mesmo disse que não tinha necessidade, Guedes. Títulos são títulos. Ela já é minha namorada. Praticamente mora na minha casa. — explico o óbvio. Não posso deixar o Roger alugar mais um triplex na minha cabeça.

— Você nasceu ontem??? Óbvio que não vai te cobrar. Mas é o mínimo que você tem que fazer, caralho. Oficializa a porra da relação, mostra pro mundo que ela tá com você. Porque do que adianta ficar chamando ela de namorada pra cima e pra baixo se isso não tá explícito pro mundo? — as palavras do jogador são como levar um socão na cara para acordar do meu mundinho de fantasia. Ele tem razão.

Fantasi • Yuri AlbertoOnde histórias criam vida. Descubra agora