𝔼𝕡𝕚𝕝𝕠𝕘𝕠

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📌 13 anos depois

V A L E R I E

— QUEM NÃO DESCER AGORA VAI FICAR!!! EU JÁ CHAMEI QUATRO VEZES. — berro com toda força do mundo. Yuri está sentado tranquilamente no sofá da nossa sala me olhando com tranquilidade.

— A Maria e o Victor vão morrer esperando a gente. — cruza os braços.

Marcamos de ir para Igaratá em família e estamos a mais de quarenta minutos esperando os dois mini queridos terminaram de se arrumar. Yuri já conseguiu arrumar todas as coisas no porta malas do carro e eu ajeitei as nossas coisas. Maria e Victor moram aqui perto da gente e estão nos esperando para irmos todos juntos.

— Culpe seus filhos, não eu. Eu tô aqui pronta. — reviro os olhos. Os anos passam mas tudo continua o mesmo. — Mas você não fala nada porque banca o pai bacana.

Yuri sorri nasalado e não liga para a minha provocação. A verdade é que ele nunca perdeu o jeitão moleque de ser, mas mesmo assim quando precisa falar sério e brigar, ele não pestaneja, tipo quando Ysis foi suspensa por matar aula. Eu só gosto de ironizar o fato das "crianças" amarem ele incondicionalmente.

— Eu não banco, loirinha. Eu sou o pai bacana. — pisca em minha direção.

— 35 anos nas costas me chamando de loirinha. — finjo estar brava. O mesmo apelido de sempre.

Eu e Yuri noivamos com um ano e meio de namoro. E com dois anos, casamos. O inesperado sempre nos acompanha. Tudo que aconteceu na nossa vida foi da forma mais natural possível. Nada planejado. Nem mesmo a gravidez de Yohan, um ano depois que casamos. A ida pra Europa, então. A Fiel só perdoa o Yuri porque ele terminou a carreira no local que o acolheu muito bem. Voltamos a morar em São José faz um ano, quando Yuri decidiu que terminaria a carreira no Timão. E confesso que voltar para onde tudo começou continua sendo extremamente nostálgico.

— Mas você é, ué. Minha loirinha. Desde 2022. — ele levanta do sofá e anda até mim me abraçando em seguida, a barba já com alguns pelinhos brancos e algumas linhas de expressão mostram quanto o tempo já passou.

Nosso momento é atrapalhado assim que a campainha toca. Yuri me olha confuso, não estamos esperando ninguém, a gente na verdade tem que sair. Mas antes que qualquer um de nós dois se movimente para abrir a porta, Ysis desce correndo do andar de cima, ela arruma os cachos loiros que se estendem até o meio das costas e se olha mais uma vez.

Puta que pariu. Eu tinha esquecido completamente de um detalhe importante. Contar pro Yuri sobre o namorado da menina. É isso, vai de base eu e minha enteada. Semana passada ela me avisou que convidou o querido pra ir junto com a gente para Igaratá. Eu disse que poderíamos fazer igual fazíamos com o Victor na época que ele e a Maria tinham 15 anos. O namorado da Ysis dorme em um quarto separado, quem sabe no quarto com o Theo, filho do Caio com a Maitê, que tem 8 anos e com o Yohan que já fez 10.

Sim, Cainho também se casou. Na verdade, ele seguiu o caminho do Yuri e foi pai com vinte e dois anos, além de ter alcançado muito sucesso no Corinthians, subindo da base até o profissional e depois sendo vendido por uma grana alta para um time da Premier League. Moramos a poucas horas de diferença por algum tempo. Eles continuam morando lá na Europa.

— Ai meu Deus. — é o único som que eu consigo emitir antes de Ysis abrir a porta e o sujeito de mochila entrar por nossa porta todo desconfiado. A pose tranquila de Yuri dá lugar a uma postura defensiva.

Agora todos estão me olhando. Eu arregalo os olhos ainda em silêncio.

— Oi, bom dia. Você é o...? — Yuri ergue uma das sobrancelhas.

Fantasi • Yuri AlbertoOnde histórias criam vida. Descubra agora