ℚ𝕦𝕒𝕣𝕖𝕟𝕥𝕒 𝕖 𝕌𝕞

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Esse capítulo contém mais de uma narração, atenção.

📌 28 de dezembro de 2022.

V A L E R I E

Dormir ao lado dele é sempre perfeito. A pior parte é ter que levantar.

Ainda mais agora que tô tendo que ir em casa. Preciso lavar as roupas sujas que acumulei nos últimos dias aqui na casa do Yuri e começar a organizar as coisas pro reveillon.

Yuri foi treinar cedo e eu aproveitei a carona. Estamos nós dois no carro, Zizi nem ao menos tinha acordado ainda.

Victor foi visitar umas tias em Santos e já volta amanhã para irmos pra Igaratá.

— Você volta lá pra casa como? — o atacante pergunta e eu penso um pouco.

Faz algum tempo que eu não uso o carro que fica na garagem de casa porque quando a minha mãe chega ela precisa. E o carro que antes era dela, foi vendido.

— Volto de Uber. — suspiro fundo.

— Não quer ficar com o meu carro e me busca lá no CT? — Yuri sugere e eu nego.

— Tá tudo bem, neném. Eu volto de Uber. — sorrio leve.

— Eu passo aqui assim que sair do CT. Ok? — ele me contararia e eu acabo não negando.

— Tá bom, jogador. Tá bom. — reviro os olhos.

Assim que ele estaciona na frente de casa eu faço uma cara triste. Tenho que me acostumar com o fato de que ele voltou a treinar no CT e que agora a gente só tem tempo juntos do meio da tarde até de noite.

— Mais tarde a gente fica juntinhos, loirinha. — ele segura meu rosto e sela nossos lábios.

— Você tem que arrumar suas coisas para irmos lá pra chácara. — relembro.

— Eu sei. Você arruma aí as suas que a gente já leva lá pra casa. E em casa arrumamos as minhas. E as da Ysis. — Yuri me inclui no processo e eu sorrio com isso.

Imagina só, arrumar as coisinhas da Ysis. Porra, eu simplesmente virei o que nunca pensei que fosse virar. Ysis e eu estamos aos poucos construindo uma relação também. Assim como eu construo com toda a família dele.

Isso me assusta no mesmo tempo que me conforta. Afinal, minha família de verdade não faz nenhuma questão de conviver comigo. A minha mãe até tenta. Mas só pisa na bola.

— Tudo bem, vou arrumar as coisas aqui. Até mais tarde, jogador. — tomo a iniciativa de selar nossos lábios. Coisa que eu nunca faria bem no comecinho.

— Até mais tarde, loirinha. Faltou me desejar um bom treino. — ele provoca.

— Bom treino. Que você acerte tudo mas quando chegar no primeiro jogo do ano contra o meu flamengo que nada entre. — não perco a chance e ouço a gargalhada linda do atacante adentrar meus ouvidos.

— Você é surreal, Valerie Castro. — Yuri nega ainda sorrindo.

— É, eu sei. — estalo a língua no céu da boca e saio do carro me despedindo com a mão.

O jogador da partida e eu ando em direção a porta da frente.

Giro a chave a adentro rapidamente até o interior da casa. Me assusto ao ver minha mãe sentada na mesa de jantar. Ela parece concentrada em uma pilha de papéis.

Meu coração acelera. Não vejo ela faz algumas semanas e a última vez que conversamos foi na véspera de Natal.

Será que se eu correr rápido e subir pela escada vai fazer ela desistir de querer interagir comigo?

Fantasi • Yuri AlbertoOnde histórias criam vida. Descubra agora