Fantasi • Yuri Alberto

ℂ𝕚𝕟𝕢𝕦𝕖𝕟𝕥𝕒 𝕖 𝕋𝕣𝕖𝕤

Meta: 180 comentários (emojis e comentários aleatórios serão desconsiderados).

📌 6 de janeiro de 2023

V A L E R I E

O dia de hoje passou de uma forma lenta. Organizei algumas coisas pendentes da empresa. Arrumei a casa e de tarde dirigi até a casa da família Monteiro para organizar umas coisas minhas no guarda roupa do Yuri.

O carro do jogador está comigo, afinal, fim da tarde vou buscar ele no CT.

Ao adentrar a residência nada simples não vejo ninguém, o que é estranho. Flávia deve ter saído e o restante do pessoal também. Subo as escadas e começo a tirar a quantidade considerável de roupas minhas que estão guardadas ali. Vou dobra-las e guarda-las novamente.

Estou tão entretida que só percebo a presença da irmã mais nova de Yuri quando olho em direção ao espelho. Dou um pulinho com o susto.

— Que susto, Maria Cristina. — coloco as mãos no peito.

Ela sorri nasalado sentando ao meu lado.

— Desculpa, Lili. — pega uma das peças de roupa e me ajuda a dobrar.

— Cadê o restante do pessoal? — tenho curiosidade em saber.

— Foram em São Paulo. — ela dá ombros.

Agora tudo faz sentido.

— E você não foi por quê? — indago curiosa.

Estamos as duas dobrando as minhas roupas.

— Não tava no clima. — suspira fundo e eu assinto.

Adolescentes. Atire a primeira pedra quem nunca fez uma birrinha assim. A verdade é que nessa fase sentimos tudo muito mais intensamente.

Automaticamente relembro do que aconteceu ontem. Maria no quarto do Victor. Na minha casa. Yuri quase vendo ela. Porra.

Só ecoa na minha cabeça o dia que eu e o jogador conversamos sobre o medo dele de que Maria agisse como ele agiu. Sem se proteger, sem conversar sobre. E eu lembro de ter dado a minha palavra para Yuri sobre cuidar, ouvir e intervir quando necessário.

— Maria, você sabe que pode confiar em mim, né? E tem eu, sua mãe, suas irmãs. — tento adentrar o assunto.

— Lili, eu juro que não aconteceu nada ontem. — a mais nova entende onde quero chegar.

— A gente tinha discutido por causa de uns directs que o Victor recebeu, eu fiquei meio estressada, e falei demais. Eu precisava ir lá pedir desculpa pra ele. Não aconteceu nada demais. Eu juro. — Maria me olha e vejo sinceridade na fala dela.

Assinto.

— Tudo bem, eu acredito em você. Mas se caso acontecer algo, qualquer coisa, não tô falando só sobre conotação sexual. Você pode contar comigo, tá? Você pode me contar o que quiser, sempre. Tô aqui. — meu estômago revira um pouco. Esse senso de proteção é um tanto novo pra mim. Mas é como se eu tivesse o dever de ensinar a Maria a não cometer os erros que eu e até mesmo o irmão dela cometeu.

— Eu sei que posso contar com você, Lili. Obrigada. Se eu precisar de algo pode deixar que você vai saber, ok? Obrigada por cuidar de mim, da minha sobrinha, do meu irmão... Obrigada por cuidar de toda minha família. Você é um anjo. — a mais nova deixa o que está fazendo para apoiar a cabeça no meu ombro e me abraçar. Eu retribuo.

Cuidar dos meus. Eu sinto necessidade de cuidar dos meus.

Terminamos de organizar minhas roupas e descemos para lanchar. Conversamos sobre música, sobre vida, sobre muitas coisas. Maria é madura para a idade dela. Como é comum entre nós mulheres.