𝕍𝕚𝕟𝕥𝕖

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📌 10 de dezembro de 2022

V A L E R I E

— Tia Lili — ouço a voz fofa da Ysis enquanto meus olhos ainda estão fechados. Apenas sorrio baixo, ainda sem abrir os olhos.

— Acorda, tia Lili. — ouço novamente a menina e em seguida uma risada baixa de Yuri. Ele é moleque e tá aprontando.

Mantenho meus olhos fechados.

Ouço os sussurros de Yuri pra Ysis que sorri ouvindo as gracinhas dele.

— Papai ama a tia Lili. — ela gargalha.

— NAAAAAAOOO. Não foi assim que a gente combinou, Zizóca. É ao contrário. "Tia Lili ama o papai". — o jogador se desespera e eu não aguento a gargalhada.

— Você tá acordada né loirinha? Só fingindo. — ele me cutuca e eu finalmente abro os olhos.

— Impossível não acordar com esse barulho de vocês. — faço careta. — Sua filha te entrega, jogador. Não tenta. Ela só aponta verdades. — ele me dá língua.

— Bom dia, loirinha. — o atacante beija minha testa e eu sento na cama assim como os outros dois.

— Bom dia, neném. — eu sorrio.

Eu já falei que tô rendida, né?

Mas acho que tá óbvio.

Na minha testa tem escrito bem grande "rendida pelo rival".

— BOM DIAAAA PRA ZIZI. — Ysis volta atenção pra ela como quem diz "eu também tô aqui".

— Bom dia, Zizóca. — faço carinho no cabelo bagunçado da pequena e logo olho pra Yuri em reprovação.

— Que foi? Tava esperando você acordar pra prender o cabelo dela direito. — ele fala cínico.

— Vem, zizi. Seu pai não sabe fazer nada. — puxo a pequena pra próximo de mim.

— Isso é mentira, loirinha. Você sabe que eu sou excelente em muitas coisas. — o jogador estala a língua no céu da boca.

Meu corpo arrepia.

— Papai não sabe fazer nada. — Ysis repete.

— YSYSSSSSSSSSSSSSSSSS. — Yuri põe as mãos no rosto.

Eu não aguento a risada.

— Olha o que você tá fazendo Valerie. Colocando minha própria filha contra mim. Péssima influência. — ele passa as mãos no cabelo.

— Não pode falar isso. O papai que brinca com você, e te dá comida e leva pra passear. —  o jogador tenta reverter a situação.

— Chantageando a criança. E eu que sou péssima influência. — o cutuco.

Yuri revira os olhos e pega Ysis no colo levantando da cama.

— Vem, vamos tomar café. Vocês duas vão me fazer ter cabelos brancos aos 21 anos. — ele estende a mão pra mim e eu levanto também.

Descemos as escadas em direção a cozinha e o falatório já é evidente.

Como todos aqui moram perto, a casa nunca está vazia.

— Eu já disse o quanto amo a casa cheia? — Yuri me olha eu assinto.

— Eu já disse o quanto fico envergonhada com todo mundo aqui? — devolvo a pergunta e ele sorri.

Fantasi • Yuri AlbertoOnde histórias criam vida. Descubra agora