ℚ𝕦𝕒𝕣𝕖𝕟𝕥𝕒 𝕖 𝕆𝕚𝕥𝕠

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Esse capítulo contém mais de uma narração, atenção.

📌 01 de janeiro de 2023.

Y U R I

Eu falei que amo ela. Puta que pariu. Eu realmente falei. Mas não diretamente. E agora ela parece confusa. Eu tenho medo de ter dado um passo grande demais.

A Valerie nunca amou ninguém a não ser os pais dela, o Victor e o Matheus. Eu tenho que entender que pra ela vai ser muito mais difícil dizer que me ama.

E tá tudo bem. Porque sei que ela sente muitas coisas por mim. Que ela está apaixonada.

Mas a questão é que eu chamei ela pra andar de jet-ski porque preciso falar sobre o pesadelo que tive. Preciso falar pra ela sobre a Rússia. Sobre a possibilidade pequena de eu voltar para lá.

Mesmo com medo de perder ela ou de ela achar que de alguma forma eu quero a controlar. Eu preciso por pra fora isso que está me deixando maluco.

Ficar longe da minha filha. Da Valerie. Da minha família. Agora que eu já estou acostumado a estar aqui novamente, me causa aflição.

— Tá tudo bem? — a loirinha pergunta enquanto piloto devagar o jet-ski até um pedacinho da represa que dá pra ver o céu de forma completa.

— Na verdade, não. — entrego.

— Desculpa não responder aquela hora. Eu...

— Tá tudo bem. Não é por isso. No seu tempo você pode falar. Não quero que fale só porque falei. — a interrompo.

— Então? — Valerie parece confusa.

Engulo seco.

— Sei que talvez pareça um pouco paranoico. Mas tive um pesadelo e preciso falar sobre. — tento me expressar.

Que difícil falar disso. Logo eu. Quase sempre consigo falar do que sinto.

— Tá me deixando nervosa. — a loira anda até a faixa de terra onde sentamos juntos.

— Meu empréstimo com o Corinthians é até julho. E ainda não acertaram minha compra em definitivo mas o presidente do clube já me deu garantia de que eles vão fazer de tudo para eu ficar. Só que mesmo assim, ainda tem chances de eu voltar pra Rússia em julho. — começo a explicar.

Valerie ainda não entendeu. Mas ela parece nervosa. A respiração descompassada entrega.

— Prossegue.

— No pesadelo, eu voltava pra Rússia e você ficava aqui, junto da Ysis. E isso me deixou atordoado. Valerie, eu sei que não faz nem dois meses que estamos juntos, mesmo parecendo uns seis meses. Em julho, vamos ter nove meses juntos. Eu digo isso porque eu, mais que ninguém sei que vamos estar juntos. Porque loirinha eu não vou te deixar. — respiro fundo antes de continuar.

Valerie me olha séria.

— E voltando, esse pesadelo me deixou pensativo. Eu já fui uma vez. Eu já sofri com saudades da minha filha, da minha família, da minha cidade.... Eu não quero ir novamente. Eu quero ficar aqui. Com você, com eles. Mas... cara, não sei como dizer isso sem parecer um tremendo egoísta... — repenso em todo meu discurso tentando ser o mais transparente possível.

— Eu sei que você tem sua vida aqui. Sua faculdade, sua mãe e o Victor. Tem o Matheus no Rio de Janeiro. Tem seu trabalho na empresa da sua mãe. Mas Lili, eu te amo. Eu te amo. E pensar em ficar longe de você me deixa extremamente triste. E novamente, a probabilidade de eu ir pra Rússia é baixíssima. Mas, caso eu for... Você aceitaria ir comigo? — consigo finalmente falar.

Fantasi • Yuri AlbertoOnde histórias criam vida. Descubra agora