𝕍𝕚𝕟𝕥𝕖 𝕖 ℕ𝕠𝕧𝕖

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📌 19 de novembro de 2022

V A L E R I E 

Acordo com leves batidas na porta. Abro os olhos lentamente e me situo. Mais um dia dormindo ao lado dele.

Já posso falar que é rotineiro, não é?

Além de rotineiro é viciante. Dormir sozinha é até estranho. E eu sei que já disse isso, mas repito, parece que falta alguém quando durmo só eu.

— Yuri, Valerie. A gente vai sair já já. Mamãe disse que vocês vão ficar se não cuidarem de se organizar logo. — ouço a voz de Maria do outro lado da porta.

Aperto mais um pouco o jogador ao meu lado. Minha cabeça se encontra aninhada no peito dele e meus braços pousados sobre a linha do abdômen.

Ouço também Yuri resmungar baixo.

— Vamos, jogador. — murmuro.

— Gosto mais quando você me chama de neném. — a voz dele sai um tanto rouca o que me arrepia um pouco.

— Você é mal acostumado. — levanto uma das mãos e bato no peitoral dele. Yuri solta uma risada nasalada.

Impossível não reparar no grande sorriso que ele solta. Mesmo com a luz desligada o sol entra pelas persianas.

— Você que me acostumou assim, loirinha. Era marrenta, aí ficou carinhosa, agora eu sou acostumado com a versão carinhosa. Mas a versão marrenta é uma tentação também. — o atacante abre os olhos devagar e nos encaramos.

O olhar que transmite muito. Intenso, por assim dizer.

Yuri tem razão. Eu fui de marrenta a carinhosa. Ele quebrou minha postura de pega mais não se apega. E eu assumo. Não pra ele, assumo para mim mesma.

É impossível não assumir. Tá estampado na minha testa. Um letreiro com luzes brilhantes: "Apaixonada pelo rival". Completamente rendida.

E todo mundo que olha percebe, até quem vê de longe sente que a gente combina. É YA9, quem diria que a Valerie um dia ia falar de amor? Ou sequer, pensar em amar.

— É muito bom acordar do seu lado. — ele quebra o silêncio e deposita um beijo na minha testa.

Eu ainda não sei direito lidar com esses carinhos. E com certeza palavras de afirmação não é minha linguagem de amor.

— É até estranho dormir sozinha. — arrisco falar algo.

— Eu também sinto isso. — e lá está o sorrisão novamente.

Me digam, como que não rende pra isso? E como eu aguentei tanto tempo sem render? É, eu também não sei.

— Vamos, loirinha? Se não a gente fica. — Yuri se afasta de mim e é a minha vez de resmungar.

Ficar junto dele seria uma ótima ideia. Mas lembro que vamos pra Noronha. Praia. Sol. Mar. Ficar junto dele em Noronha é muito melhor do que ficar aqui.

— Vamossss. — tento vencer a preguiça e levanto junto dele.

Sete horas da manhã. Esse é o horário no meu relógio. Minha tela de bloqueio entrega o quanto eu baixei a guarda. O quanto ele cada dia mais faz parte de mim. E lá está. Eu, ele e Zizi fazendo careta pra câmera.

Ontem arrumei as roupas que comprei na mala que trouxe. Antes disso entramos em uma discussão no shopping sobre quem iria pagar o que eu escolhi.

E decidimos ao nosso modo. Pedra, papel e tesoura. Quem ganhou foi eu. Ainda bem. Já não basta ele estar pagando a estadia em Noronha que não vai ser barata.

Fantasi • Yuri AlbertoOnde histórias criam vida. Descubra agora