Senti uma sonolência terrível depois de ter comido um prato de espaguete, posto por Micael, que puxou assunto comigo mas acabou me levando para outro lugar, onde consegui dormir.— Sophia? — Alguém me cutucou leve, no meu braço direito. — Sophia, acorde! Você precisa ir. — A voz de Micael sussurrou em meu ouvido.
Eu precisava ir mas ao mesmo tempo eu não queria. Fui abrindo os meus olhos devagar, me acostumando com a casa que eu nunca havia visto na vida. Me sentei no sofá com calma, bêbada pelo sono.
— O que aconteceu? — Passei a mão em meus cabelos.
— Você dormiu. E muito! — Micael tinha um sorriso no canto dos lábios. — Eu adoraria que você passasse a noite aqui mas, creio que seu irmão dobraria a quantia do suborno.
— Nem me fale nisso. — Fechei os meus olhos. — Você pode me levar? Por favor. — Pedi.
— Claro. Eu irei te levar. — Ele se levantou, caminhando até os cavaletes que estavam expostos na sala, com as telas em branco.
Isso queria dizer que ele não havia me pintado, por conta do meu sono. Verifiquei o roupão felpudo em meu corpo, achando um jeito de acordar daquele sono cruel e vestir a minha roupa novamente.
Depois de um tempo, Micael me levou para casa. Ainda conversamos no caminho mas nada relacionado ao que havia acontecido mais cedo. Estava bem tarde quando ele parou o carro na esquina.
— Ficarei te observando até você entrar. — Avisou.
— Obrigada. — Sorri como agradecimento. — Quando vamos nos ver? De novo?
Iria demorar até a vernissage. Eu gostaria de vê-lo de novo.
— Podemos ir ao museu amanhã. — Optou. Museu não era a minha praia mas eu iria para todos os lugares com ele. — O que você acha?
— Sim, nós podemos! — Assenti. — Assim você pode me explicar um pouco sobre a arte. — Fiquei interessada em aprender sobre isso.
Minha vida não precisava só ser feita de festas de graça com bebidas de graça e cigarro, também de graça. Eu poderia gostar de outras coisas, como arte por exemplo.
— Ficarei horas explicando para você sobre o mundo da arte. — Sorriu.
Micael segurou em minha mão, beijando. Logo após, aproximou-se dos meus lábios, iniciando um beijo calmo. Ninguém nunca fez isso por mim, e eu estava criando uma nova personalidade: não viver apenas das histórias de Tina e Amélie. Mas sim, começar à viver a minha história!
— Sonhe comigo, Sophia. — Beijou minha mão novamente.
— Você também. — Corei antes de abrir a porta do carro, saindo em direção à minha casa.
Micael deu duas buzinadas quando acenei, já em frente ao meu portão. Entrei em passos leves, caminhando em direção à minha janela.
Não tive vestígios de Anthony me esperando acordada. Isso me deixou bem mais aliviada! Tomei outro banho e fui direto dormir, pois amanhã o dia seria cheio de questionários sobre o meu sumiço.
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— Você me deve oitenta pratas! — Anthony apareceu em minha frente, com as mãos abertas, esperando por sua recompensa.
— Não era vinte? — Tinha um sorriso bobo nos lábios quando passei por ele, indo até à mesa do café.
— Você chegou tarde. O combinado não foi esse! — Cruzou os braços, me seguindo. — Se eu não receber as oitenta pratas até amanhã, irei contar tudo ao papai.
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Sete Pecados
RomanceSophia é uma jovem que convive com pais extremamente conservadores. Vivendo sua vida às escondidas, ela acaba conhecendo Micael, onde irá descobrir o que é viver às escondidas de verdade! Com ele, Sophia irá saber o que é sedução, pecado, sexo e ou...