— Aqui é a policial Holtz. Estamos enviando uma viatura para Bordéus. Um casal, aparentemente machucados. Câmbio, desligo.Escutei isso por pelo menos cinco vezes desde que entramos na viatura da polícia. Micael contou uma história esfarrapada, fizemos um boletim rápido e voltamos para Bordéus. Eu queria que ele contasse sobre o Borges, das artimanhas, da máfia... Mas ele não contou! Acobertou o pai, depois de tudo o que ele fez.
E por que? Eu não fazia a mínima ideia.
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— Senhor Borges. — A policial parou em frente à nossa casa. — O senhor gostaria de me acompanhar até o primeiro distrito de Bordéus? Precisamos de um depoimento seu, para adiantar o boletim.
— Não precisa, eu estou cansado e só quero a minha cama. — Rolou os olhos. — Estamos bem! Vamos ficar bem!
— Tem certeza? A senhora Borges não parece muito bem. — Me encarou.
Eu estava pálida, com batom borrado e biquíni extremamente sujo. Cansada, dores e uma fome terrível. Eu também gostaria de um banho e uma cama, tentando me esquecer do que havia acontecido.
— Eu estou bem, obrigada. — Respondei baixo, tentando sorrir.
— Se é assim, eu os deixo. — A policial se cansou, ajustou sua farda e entrou novamente na viatura. — Esperamos o senhor pela semana na delegacia, senhor Borges.
Ele ficou em silêncio e deixou a policial ir. Entrei para dentro, tendo Micael atrás de mim, trancando os portões.
— Ele pode vir até aqui? — Perguntei à Micael, me referindo ao seu pai.
— Primeiro ele vai cuidar do local, depois ele deve nos procurar. — Estava calmo nas respostas. Conhecia o pai que tinha. — Ainda não devemos nos preocupar.
Passamos pela porta juntos, Micael me abraçou.
— Precisamos de um banho. — Subimos as escadas. — Gostaria de saber como ele te achou.
Fiquei em silêncio e engoli seco. Ainda continuamos à subir as escadas.
— Eu andei até um posto velho, fora da cidade. — Me lembrei. — Parece que o seu pai frequenta o local há muito tempo. Tem uma mulher que sai com ele. — Me lembrei da sua fisionomia.
— Ele estava sozinho quando te raptou? — Entramos em nosso quarto.
— Os capangas estavam com ele. — Rolei meus olhos e neguei com a cabeça, não queria pensar naquilo de novo.
— E o que aconteceu depois? — Micael retirou sua roupa, estávamos na suíte agora. Fiquei paralisada, tendo flashes do quase estupro. — Querida? — Tocou o meu rosto. — Ele te estuprou?
Eu neguei, deixando minhas lágrimas caírem. Micael me abraçou, beijando o meu rosto.
— Não precisa me dizer nada, eu já entendi. — Voltou a me observar, secando as minhas lágrimas.
— Eu odeio o seu pai. — Passei as mãos no rosto. Micael me despiu, retirando o meu biquíni.
Tomamos banho juntos e depois fomos dormir. Estávamos cansados, abatidos. Minha fome pôde esperar quando cai no sono, nos braços de Micael, que também fechava os olhos para dormir.
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Vinte e quatro horas depois.
Despertei automaticamente quando escutei alguns passarinhos cantarem lá fora. Dormimos praticamente um dia inteiro, seguido da noite, já que estávamos super cansados. Minha barriga roncou de fome, eu precisava comer!
Vi Micael deitado de bruços, ainda dormindo. As costas firmes e definidas fizeram minha intimidade pulsar. Beijei seu trapézio enquanto beijava a sua bochecha, testa e lábios. Desci minhas mãos até sua bunda, retirando o lençol que nos cobria. Essa era a parte prática de dormir nu todos os dias.
— Hum. — Micael resmungou quando sentei em cima da sua bunda, esfregando minha fenda em sua pele macia.
Ele despertou, me observando um pouco de lado antes de se virar. Cai novamente na cama, entre os lençóis, com um sorriso no rosto.
— Bom dia, querida! — Sorrimos.
— Bom dia, querido! — Toquei o seu rosto, ainda com resquícios de muito sono. — Você dormiu bem?
— Como uma pedra. — Sua mão ficou em minha cintura, alisando de leve. — E você? Está melhor?
— Em partes sim. — Soltei um suspiro. — Mas sabia que eu estava morrendo de saudade de você? — Coloquei minhas mãos em cada lado do seu ombro, mordiscando os meus lábios como uma sapeca.
— Eu também estava. Fiquei aflito mas agora está tudo bem. — Me beijou. Subiu suas mãos pelo meu corpo, chegando em meus seios.
Fechei meus olhos e sorri quando senti as mãos de Micael massagearem gostosamente. Ele também estava sorrindo, maléfico, assistindo e presenciando aquela cena somente para ele.
Estávamos sedentos uns pelos outros, nos beijando, com mãos ansiosas passeando para lá e para cá. Subi em cima de Micael, passando minhas pernas em cada lado do seu corpo. Senti seu pau duro tocar a minha pele, me preparando para sentar quando fomos interrompidos pela campainha.
— Pera aí, pera aí. — Soltei alguns risinhos mas Micael não parou o que estava fazendo. — A campainha!
— Foda-se a campainha, deve ser o carteiro. — Voltou a me beijar.
— Não deve ser o carteiro. — Fiquei ereta, ainda sentada em cima do seu corpo. — Eu vou ver quem é. — Sai.
— Não, é melhor você ficar aqui. Eu vejo quem é o retardado que está tirando o nosso sossego, pela manhã. — Micael saiu da cama atrás de uma roupa, estava bravo por tê-lo interrompido.
Coloquei uma lingerie e por cima um roupão felpudo, indo atrás de Micael, que estava no pé da escada, se preparando para abrir a porta.
— Francis? — Micael abriu a porta, revelando Francis com um sorriso no rosto.
— Meu grande amigo! Como você está? — O abraçou. — Eu acabei de chegar.
— Percebi. — Micael tinha um tom debochado na voz. — Como foi a viagem?
— Melhor impossível! Conheci lugares que só Deus duvida. — Esfregou as mãos. — Mas antes de entrar, eu quero que você conheça uma pessoa.
— Não me diga que arrumou uma namorada na viagem. — Micael segurou o riso.
— Gatinha, chegue mais! — Francis virou o rosto para chamar alguém, que estava dentro do trailer.
Micael mudou completamente de feição quando avistou Tina, ao lado de Francis. Fiquei boquiaberta ao perceber que ela estava falando dele, quando me disse da viagem. Os dois se abraçaram, trocando rápidos selinhos antes de falarem algo.
— Tina? — Micael fez uma careta. — Você está namorando a puta da Tina?
— Olhe lá como você fala comigo. — Tina bateu de frente. — Bom te ver, Micael! É melhor você aceitar de uma vez por todas, agora você será obrigado a me engolir. — Piscou rápido, fazendo um charme. — OI AMIGA! — Bateu os pés e deu pulinhos quando me viu, estava ao lado de Micael, sem palavras para o que eu estava vendo.
Aquilo iria render bem mais do que eu pensava.
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Sete Pecados
RomanceSophia é uma jovem que convive com pais extremamente conservadores. Vivendo sua vida às escondidas, ela acaba conhecendo Micael, onde irá descobrir o que é viver às escondidas de verdade! Com ele, Sophia irá saber o que é sedução, pecado, sexo e ou...