Capítulo Sessenta e Sete

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Uma missão impossível chamada: Conseguir marcar consultas com obstetras. Sendo que Micael estava em casa.

Aproveitei o momento em que ele estava totalmente obcecado em uma tela, se preparando para a vernissage. Fiquei lá fora, bem distante da janela enquanto tinha o telefone com o papel em mãos. Pesquisei alguns nomes e telefonei, sabendo de informações. Ora grossos, ora com atendimentos pessimismos... Foi difícil achar alguém que me ajudasse com o meu bebê.

Meu bebê! Agora era engraçado e estranho dizer essa frase.

Consegui marcar com um obstetra de ótima qualidade, seguido por indicações na internet. Micael me chamou quando finalizei a ligação, escondendo os papéis que estavam na mesinha.

O que está fazendo aí sozinha? — Foi se aproximando.

— Estava tomando um ar. O clima está quente! Você acha que pode chover à noite? — Disfarcei meramente.

— Eu não sei mas você não pode pegar chuva e muito menos ficar no gelado. Está com gripe! Afinal, nem deveríamos ter dormido com o ar condicionado ligado nessa noite. — Se lembrou.

— Estava calor. — Me defendi.

— Os remédios estão fazendo você ficar com calor. — Colocou as mãos na cintura. — Realmente, o clima está bem estranho! Mormaço em Bordéus. — Micael olhou para cima, apertando os olhos. — Francis ligou!

— O que ele queria? — Não mexi mais nos papéis. Micael poderia ler qualquer resquício.

— Tina irá fazer um jantar. — Soltou a notícia com deboche. — O primeiro jantar na casa nova.

— Ela não me disse nada mas com certeza vamos. — Juntei os papéis, me levantando.

— O que são esses papéis? — Observou o que eu estava carregando, não dei audiência, continuei a andar para dentro da casa.

— São documentos do Anthony. — Menti. — Minha mãe pediu para xerocarmos!

— Se quiser, eu posso fazer isso para você! — Se ofereceu, de novo.

— Posso fazer isso muito bem, sozinha. — Subi às escadas. — Enquanto você pinta, pode pensar na roupa que vai usar para o jantar na casa da Tina.

— Eu não irei. — Micael soltou, de longe.

— Por que não? — Abri o guarda-roupa, verificando um lugar que o exame ficasse escondido.

Não obtive mais a voz de Micael, que ficou ecoada quando busquei uma caixa no topo do guarda-roupa, escondendo com algumas fotos antigas que vieram da minha antiga casa. Ele nunca iria saber onde estava!

— Eu odeio a Tina! Por que iria em um jantar na casa dela?

— Porque você foi convidado pelo marido dela, que é o seu amigo. — Desci as escadas. — Irá fazer essa desfeita? — Coloquei as mãos na cintura, ficando atrás de Micael, que pintava a tela com atenção.

— Irei. — Passou a cor verde delicadamente. — Francis fez uma bela burrada ao casar-se com essa coisa! — Resmungou.

— É melhor você aceitar os fatos, querido. — Bati de leve em seu ombro, saindo da sala. — Você quer almoçar alguma coisa especial? — Estava feliz com a notícia! Por mim, sairíamos para comemorar mas Micael ainda não sabia da grande novidade.

E não iria saber tão cedo! Eu precisava estudar um plano para contar isso à ele.

Posso almoçar você.

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