— Para onde nós vamos?Perguntei à Micael que fechava a mala pequena, verificando se havia esquecido algo. Andou até a suíte, dando um confere.
— Não podemos ficar aqui. — Colocou a mala no chão. — Meu pai sabe aonde eu moro!
— Sua mãe não deu cobertura? — Disse incrédula, achando que Marjorie estava nos acobertando.
— Minha mãe deve estar em pé de guerra com o meu pai. Como sempre. — Levou a mala consigo para fora do quarto. Fui atrás.
Mas parei quando escutamos a campainha. Micael fez uma cara de espanto, me fazendo voltar dois degraus à cima.
— Caralho, é ele! — Se apressou em me esconder.
— E agora? Ai meu Deus! — Estava trêmula, bastante nervosa.
— Se esconde no armário. Rápido! — Micael abriu o guarda-roupa, me escondendo atrás de algumas roupas que ainda estavam no plástico.
Fiquei agachada, segurando os joelhos. Com medo de alguém me pegar e fazer alguma coisa. Conseguia escutar uma voz rouca vindo de baixo, junto com a de Micael.
— Pensei que não iria me atender.
— Estava guardando alguns projetos.
— Ainda está pintando?
O silêncio havia tomado conta. Logo consegui escutar de novo.
— Onde está a sua esposa? Eu quero conhecê-la!
— Está viajando, com os pais.
Amenizei minha respiração pesada quando escutei passos subindo à escada.
Agora estavam no quarto. Eu precisava me esconder ao máximo, segurar as minhas mãos e fechar os olhos, firmes.
— Sua casa ainda continua a mesma.
— Não necessariamente. — Micael respondeu.
— Malas? Você também vai viajar?
— Sophia deixou quando estava escolhendo uma. — Micael tinha naturalidade ao responder, não transparecendo que estava com medo.
— Já reparou que ela nunca está aqui quando eu quero visita-los?
— Vai ver porque ela tem coisas à fazer.
— Que tipo de coisa? Eu nunca vi essa menina, desde que você se casou.
— E nem irá ver, dependendo da situação.
— Essa garota não é Léa. Fique tranquilo!
— Ainda bem que ela não é a Léa, pai. — Estava um pouco irritado.
— Você não consegue esquecê-la, não é mesmo? Depois de tanto tempo, não consegue passar uma borracha nisso?
— Você matou ela, como quer que eu passe uma borracha nisso?
— Passando! Todo mundo erra, Micael. Fui sangue frio ao tirar a vida de Léa, mas me arrependi.
— Sua cara não treme, pai. Você nunca se arrependeu de ter matado Léa!
— Ela mereceu mas ainda sim tenho remorso da história. O tempo passa, as pessoas mudam.
— E você continua o mesmo filho da puta.
Estava com medo dele me achar ali, dentro do guarda-roupa. Fiquei em silêncio total, tendo as mãos na boca, como se fosse falar algo naquele momento.
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Sete Pecados
RomansaSophia é uma jovem que convive com pais extremamente conservadores. Vivendo sua vida às escondidas, ela acaba conhecendo Micael, onde irá descobrir o que é viver às escondidas de verdade! Com ele, Sophia irá saber o que é sedução, pecado, sexo e ou...