Capítulo Cinquenta e Oito

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Ainda estávamos presos. Fiquei perto de Micael, que estava acorrentado, assim como eu. Não havia câmeras mas Borges poderia voltar à qualquer momento. Fiquei cansada de tentar me soltar, Micael já não parava um segundo.

— Nunca vamos sair daqui, é de ferro. — Balançou as correntes pela décima vez. Tinha suor na testa.

— Ele vai matar a gente aqui. — Avisei. — Eu sei que não deveria ter saído de casa, foi um surto.

— Sabemos bem disso, dona Sophia. — Me encarou, um pouco bravo. — Se você não tivesse sumido, não estaríamos aqui, presos.

— E eu lá sabia que ele iria me achar? — Levantei os meus ombros.

Micael parou de se mexer, ficando em silêncio e pensando em algo que pudesse lhe tirar dali. O observei mover os olhos, de um lado para o outro, como um psicopata.

— Vai fazer o que eu mandar, está entendendo? — Me encarou de volta.

— O que está pensando em fazer?

— Meu pai deve voltar em alguns segundos. Escutei passos vindo de fora, devem ser alguns capangas que estão por aqui. — Contou. — Quando ele vier, você irá seduzi-lo. Entendeu?

— Seduzi-lo? — Arregalei os meus olhos. — Ele vai querer que eu transe com ele!

— Dança para ele! — Disse sério.

— O QUE?

— Dança para ele! É só você dançar. Dance para ele! — Micael estava atordoado em dizer isso. — Se você não fizer isso, não vamos sair daqui.

— E qual é o plano?

— A chave das correntes está no bolso da calça dele. Enquanto você dança, eu tento pegar. — Mentalizei o seu plano maluco. — É só dançar! Quando ele chegar, diga que você quer dançar mas não enfatize tanto.

— Ele vai achar que é um plano, não vai?

— Se você fizer direito, não. — Respirou pesado. — Vamos aguardar ele voltar. — Ficou ereto novamente, em silêncio, esperando que o pai voltasse.

Micael errou as contas quando Borges demorou mais algumas horas para voltar, junto com dois capangas que não saíam do seu pé. Tinha uma garrafa de uísque nas mãos, junto com um copo. Colocou na mesa que havia em nossa frente, encarando o filho.

— Você quer beber? É o seu favorito. — Abriu a garrafa.

— Estou preso, não tem como eu beber. — Foi debochado.

— Eu te dou na sua boca. Você gosta que levem tudo à sua boca, não é mesmo? — Borges soltou uma gargalhada. — Alice, minha querida Alice. — Me encarou, mostrando a garrafa aberta. — Quer beber um pouco?

Sem ter contato visual com Micael, assenti minha cabeça. Borges ficou surpreso quando despejou um pouco de uísque no copo em que trouxe, me entregando. Apenas o meu pescoço estava acorrentado, minhas mãos continuavam livres.

Delicinha! — Me assistiu beber o líquido em segundos. — Eu quero tanto te comer, garota. — Semicerrou os olhos.

— Eu quero dançar para você. — O uísque me deu coragem.

— Oh, dançar para mim? — Borges tinha uma cara de surpreso, rindo totalmente bobo com o pedido.

— É, dançar para você. — Entrei no clima, o álcool estava me dando muita coragem de fazer aquela loucura.

Borges coçou o maxilar com pouca barba, sentou-se no lugar onde eu estava, perto de Micael, que tinha o rosto virado para não assistir aquela cena. Fiquei de pé, sentando no colo do meu sogro enquanto fazia uma dança sexual, alisando meu corpo e o tecido do minúsculo biquíni, sem fazer com que ficasse nua para ele. Borges apalpou minha bunda, gostando daquilo.

— Rebola para o papai! — Sorriu à beça quando movi o meu corpo, passando a mão em meus cabelos e alisando os meus seios.

Deixei Borges fissurado por alguns minutos, vendo que Micael foi rápido e esperto, fazendo suas arte-manhas para conseguir pegar a chave. Tinha um olho nele e um olho em Borges, que pareceu sonhar em meu corpo em cima dele, alisando com suas mãos nojentas.

— Não vou te dar esse gostinho. — Parei de me movimentar, deixando o sorriso de Borges desaparecer.

— Entendi, você é uma putinha quando quer. — Deixou o meu corpo. — Eu sei o que você quer, e nós vamos fazer isso! — Se levantou, buscou a garrafa e levou consigo. — Irei tomar o meu amiguinho! Quando voltar, vamos brincar bastante de pula-pula. — Soltou outro riso, fazendo o meu estômago se revirar. Micael o encarou com ódio, vendo o pai se afastar da gente.

Borges fechou à porta e nos deixou à sós novamente. Micael balançou as chaves enquanto eu sorria de alívio.

— Vamos rápido! — Micael me entregou a chave, destranquei a corrente, o deixando livre. Ele fez o mesmo comigo, me livrando daquela coleira extremamente pesada e agonizante. Alisei o meu pescoço, tirando aquele peso de mim.

— Como vamos sair daqui?

— Fugindo pelos fundos. É o único lugar de sairmos daqui. — Micael pegou na minha mão, me puxando para à porta. — Espera! — Parou.

— O que foi?

Colocou as mãos em meu rosto, me beijando furiosamente. Me fez sentar no sofá de novo, ficando em cima de mim.

— A gente precisa ir! — Estava com tesão no momento mas não podíamos esperar. O tempo era corrido e ele poderia aparecer.

— Eu estou extremamente excitado com você nesse biquíni. Sabia? — Mordiscou os meus lábios, me fazendo deitar.

— A gente tem que ir, Micael. — Fechei os meus olhos, sentindo os lábios carnudos de Micael afastarem o tecido do biquíni, chupando o meu bico túmido, diversas vezes.

Fez isso com o outro, massageando meus bicos entre seus dedos e massageando os meus seios, quando conseguiu retirar a parte de cima por completo. Desceu seus beijos para a minha intimidade, colocando minhas pernas para cima e retirando a parte de baixo, me deixando nua.

Me virou no sofá com tudo, posicionando meu corpo para que eu ficasse de quatro. Respirei fundo enquanto escutava os barulhos do botão, zíper e elástico da boxer se abaixando. Micael posicionou em minha entrada, apoiando sua mão esquerda em meu ombro e metendo com toda voracidade.

Estava gostoso, não iria negar! Fazer sexo naquele momento foi a maior loucura que eu já tinha feito na vida. Borges poderia aparecer e nos matar, ficaríamos preso por tempo indeterminado até ele decidir algo.

Gemi manhosa quando senti Micael alcançar o meu fundo, pela segunda vez. Os urros fortes e sexy's que ele estava soltando me deixando mais excitada ainda. Suas bolas batiam na minha bunda, causando um atrito descomunal até eu sentir minhas pernas bambas. O barulho do sexo era a única coisa que podíamos escutar, fora os gemidos e palavrões de sua parte.

— Sua putinha! — Soltou, deixando os movimentos mais lentos. — Eu estava doido para fazer isso! — Micael estava perdendo as forças, entrando em seu mundo e gozando sem parar.

Soltei outro gemido pesado, entreabrindo os meus lábios, sentindo Micael gozar. Minhas pernas tremularam e meu orgasmo me fez deitar novamente, saindo daquela posição.

Os beijos de Micael estavam em minhas costas, descendo por meu trapézio.

— Quando chegarmos em casa eu vou te comer tanto. — Sussurrou em meu ouvido, mordiscando a minha orelha. Sorri com aquilo. Eu queria tanto ser comida!

— Eu te amo. — Soltei, ainda em êxtase.

— Eu também te amo! Se vista e vamos logo. Precisamos sair desse inferno. — Me avisou, saindo de mim e se vestindo.

Fui rápida quando vesti novamente o biquíni, deixando a sala e fugindo com Micael.

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