Capítulo Trinta e Um

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Era manhã quando levei Anthony até o hospital, papai tinha acordado e mamãe estava bastante feliz com os resultados pós-cirurgia. Conversamos um pouco e depois levei Anthony para casa, de táxi. Micael não estava atendendo as minhas ligações.

— Acharam a sua amiga? — Anthony me perguntou, um pouco triste.

— Ainda não. — Encarei Bordéus pela janela do táxi.

— Será que ela morreu?

— Não Anthony, ela não morreu! — Me irritei.

— Mas ainda não acharam nada dela, então...

— E só por isso quer dizer que ela morreu?

— Pessoas não somem do nada, Sophia. E quando somem, quer dizer que estão mortas. — Anthony soltou essa como um bom filósofo que sabia de tudo, revirei os meus olhos e tentei ligar para Micael.

Mas a caixa postal falava mais alto! Liguei para Tina dessa vez, tentando me atualizar.

— Tina? Como você está? — Soei doce.

— Mais ou menos. Ainda não acharam nada! — Aquilo me fez ter aflições de diversas partes. — Seu pai está bem?

— Sim, ele conversou bastante durante a manhã. Está forte! — Dei um sorriso, que foi morrendo aos poucos. — Você tentou falar com a mãe da Amélie?

— A mãe da Amélie não está atendendo ligações, parece que os dois saíram da cidade.

— O pai e a mãe? — Franzi meu cenho.

— Sim. — Tina deu uma pausa. — Eu estava querendo ir atrás, esse sumiço está estranho!

— Eu também acho mas... O que vamos fazer?

— Podemos começar vasculhando os últimos lugares que ela foi, ou então, indo até à casa dela.

— Como se fosse fácil entrar na casa da Amélie. — Fiz um barulho com os lábios, debochando.

— Eu tenho uma cópia da chave.

A notícia que Tina havia acabado de me dar se acendeu em meu rosto, ainda tínhamos chances de encontrá-la, por uma cópia de chave.

— Estou chegando em casa e podemos ir até lá. Pode ser? — Me apressei de ansiedade, observando o caminho que estávamos fazendo.

— Estou indo para a sua casa.

— Melhor não! Eu não sei se o Micael vai chegar.

— Como assim? Você ainda não falou com ele?

— Ele sumiu desde ontem, não consigo falar com ele pelo celular. — Me preocupei.

— Iiiiiih, eu disse que isso estava estranho! — Consegui ter uma imagem de Tina balançando a cabeça. — Vou esperar por você.

— Já estou chegando! — Assenti e desliguei a ligação. Anthony me encarava com uma cara de deboche, não sabia o por quê.

— O que foi? — Guardei o meu celular.

— Você sabe que o papai vai te matar se souber que você ainda está falando com ela. — Se referiu a Tina.

— O papai está um pouco mudado. — Percebi isso depois da cirurgia. — E ele não vai saber que eu estou falando com ela.

— Não mesmo? — Anthony arqueou uma sobrancelha.

— Você vai me chantagear?

— Eu preciso de grana para comprar o meu jogo novo.

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