Capítulo Oitenta e Sete

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Uma semana depois.

Micael havia voltado para a clínica, já que sua semana tinha terminado. O juiz agilizou o processo dos papéis, que ficariam prontos daqui há dois meses, o mais rápido que pôde por conta da divisão de bens, já que Micael havia deixado algumas coisas em meu nome, quando casamos.

Estava encaixotando minhas roupas e objetos em caixas enormes que Francis havia me arrumado, com a ajuda de Tina, que estava reclamando das minhas roupas como fazia de costume. Optei por ficar em sua casa, enquanto o dinheiro da divisão não saía.

— Você tem muita tralha! — Tina desceu a última caixa, que estava lá em cima. — Vou ter que arrumar um espaço maior.

— Você é dramática! — Revirei os meus olhos. — É só por enquanto, eu vou arranjar um lugar assim que o dinheiro estiver na minha conta.

— Já falei que eu não ligo. — Tina deu de ombros. — Você pode ficar o tempo que quiser em casa, você sabe que eu não ligo. — Limpou as mãos, que estavam sujas com um pouco de pó.

— Entendi. — Ficamos em silêncio.

— Posso te fazer uma pergunta? — Tina se escorou no balcão, me observando.

— Você já não fez? — Brinquei.

— Você está ciente do que está acontecendo? Estou te achando muito para baixo.

— Tina, eu acabei de me divorciar, quer dizer, eu vou assinar os papéis ainda. Estou indo morar na sua casa, você acha que eu estou feliz?

— Deveria estar. — Fechou uma caixa. — Ele te bateu horrores e agora você está com dó dele.

— Ele é meu marido, Tina! E eu estou grávida dele! Não queria que as coisas fossem desse jeito.

— Mas... Acontece Sophia, acontece. — Tina fez caretas. — Do que adianta você viver em um relacionamento merda? Imagina se ele volta e não está cem por cento recuperado?

— Eu gosto dele, Tina. — Me lamentei. — Mas ele não gosta mais de mim, pelo visto.

— Eu acho que o Micael está confuso da cabeça. É muita coisa para ele!

Me impressionei! Pela primeira vez em muito tempo, Tina estava o defendendo.

— Pera aí, você está o defendendo?

— Estou dizendo o que eu penso. É diferente!

— Não, você está o defendendo. — Gesticulei. — Mas tudo bem, eu vou seguir em frente como deve ser. Meu bebê vai nascer, preciso estar forte para criá-lo.

— É isso aí, garota! — Tina fez uma dancinha ridícula, me tirando alguns risos. — Você precisa estar recuperada para sairmos como nos velhos tempos.

— Sair? — Soltei um riso. — Eu não quero sair, eu quero ficar na minha casa.

A campainha havia tocado.

— Deve ser o Francis. — Tina correu entre pulinhos até à porta, fiquei entretida com as caixas.

Mas quando me virei, vi Alexander atrás de mim. Tinha um buquê de rosas nas mãos, Tina estava atrás, super envergonhada.

— Eu vou levar essas caixas para a caminhonete. — Disse rápida, levando uma caixa leve para fora.

Alexander e eu ficamos sozinhos, ele me entregou o buquê.

— Para você! Eu soube do que aconteceu.

— Você soube e ainda tem coragem de me trazer um buquê de rosas? — Bati com o buquê em seu ombro, fazendo ele se assustar. — Como você tem coragem de aparecer aqui?

— Aparecendo. — Disse simples. — Você acha que eu tenho culpa pelo seu divórcio?

— E você acha que não tem? Micael não confiou mais em mim! Ele viu o jeito que você olha para mim.

— E ele não viu o jeito que você olhou para mim também? Não venha se fazer de pobre coitada.

— Alexander, eu estava confusa! Tudo bem? Você chegou em um momento delicado da minha vida.

— Eu cheguei no momento certo, Sophia. — Colocou as mãos em meu rosto. — Você precisa ser feliz com alguém que te ame!

— O Micael me amava.

— Falou certo, ele te amava. — Alexander foi cruel. — Só quero que você seja feliz, eu gostei de você, acho que poderíamos...

— Não, não poderíamos nada. — O empurrei. — Eu quero você longe de mim e do meu bebê. Entendeu?

— Você vai ser obrigada a me ver, eu vou fazer o longa do Micael. — Soltou um risinho.

— Não mais, eu não quero mais saber de você. Eu preciso colocar a minha vida nos eixos! — Fui decisiva, empurrando Alexander até à porta.

Tina estava entrando e tomou um susto, vendo que ele estava lá fora, com caixa de arrependido.

— Vá embora, Alexander! Me deixe em paz!

— Eu vou voltar quando você estiver sozinha. — Avisou.

— Ela está morando na minha casa, então, o endereço não é aqui. — Tina gritou para que ele escutasse, dei um tapa em suas costas.

— TINA!

— Que foi? Não era você que queria dar para ele?

— Você é ridícula. — Bufei e entrei, terminando minhas caixas.

Tina me ajudou, mas não me deixou quieta um segundo! Falar de Alexander foi o remédio para me irritar naquele dia.

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