Capítulo Setenta e Sete

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Duas semanas depois.

Amanhã seria o grande dia da vernissage. Dormi na casa de Tina e Francis, que mais parecia um alojamento de hipster. Semanas atrás, saímos em busca de um vestido impecável para eu usar no dia da vernissage. Tina optou por uma marca famosa, o preço do vestido custou o preço de um carro mas como ela mesmo disse: "Eu precisava me acostumar, já que tinha todo esse dinheiro na conta".

— Vamos lá, Sophia. Eu quero testar você! — Francis tinha um canetão azul nas mãos, estava em frente à uma lousa de quadro branco. Me senti em um time de futebol! — Vamos apresentar amanhã sete quadros. Entre eles, quais são?

— Donâmica, Arte no Escuro, Passarinhos na Janela, Gritos, Sex and Fire, Desgastos e. — Soltei um suspiro.

— E? — Francis gesticulou, me fazendo lembrar rápido.

— Sete Pecados.

— EXCELENTE! — Francis deixou o canetão, ficando satisfeito. — Tudo que você precisa é dizer algumas coisas que comprem os convidados, nada demais. — Me explicou.

— Encher linguiça! — Tina disse de longe. Estava em uma rede enquanto lixava as unhas.

— Não ligue para ela, Sophia. — Francis lhe bloqueou mentalmente. — Só explique e faça o que tem que ser feito. — Sorriu leve e saiu, me deixando pensativa.

Me virei para ver Tina, que ria sozinha enquanto lixava as unhas.

— Por que você está rindo? — Me aproximei.

— Porque isso é ridículo. — Riu mais ainda. — Você precisa decorar quadros. Que porra! — Segurou o riso. — Por que você precisa decorar quadros?

Observei a escrivaninha que havia do lado. Tina detonou o cigarro médio de maconha, estava explicado.

— Porque é o combinado. Quando você vai parar com essa porcaria? — Apontei para o cigarro.

— Eu até iria te oferecer mas você está grávida. A não ser que você queira relaxar e deixar o seu filho mais relaxado ainda! — Cerrou os olhos. — Estou com fome de pastel. — Protestou.

— Não tem pastel aqui. — Sai andando. — Vou me deitar, nosso voo é cedo e temos muita coisa para fazer em Nova Iorque. — Caminhei até o meu colchão, junto da minha mala.

— Que muita coisa? Vamos só entrar no avião e voar até Nova Iorque. Depois, hospedar no hotel e ir até à grande vernissage do Micael Borges, que não vai estar lá porque está preso em um sanatório. — Tina gargalhou, deixando cair gotículas de saliva da sua boca.

Não liguei para o que ela estava dizendo, já que, estava drogada por conta da maconha. Afofei meu travesseiro e me deitei, descansando os meus músculos. O sono não demorou muito para vir, esquecendo dos problemas que eu enfrentaria amanhã, em Nova Iorque.

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Nova Iorque. — EUA.
14:55 PM.

Dez horas de voo, saímos cedíssimo de Bordéus para Nova Iorque, o que me fez dormir o voo inteiro, tecnicamente. Quando chegamos, os responsáveis pela vernissage nos recebeu de braços abertos, nos levando para um hotel cinco estrelas próximo do evento. Micael adoraria estar vivendo tudo isso!

— Que maneiro! — Tina verificou a altura do prédio em que estávamos. — Certeza que devem ter banheira de hidromassagem. — Puxou sua mala.

— Vão subindo, eu vou fazer o nosso check-in. — Francis avisou, nos separamos dele.

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