Capítulo Dezenove

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Acordei cedo na manhã seguinte com Anthony na porta do meu quarto, batendo desesperadamente como se fosse um policial de ronda noturna. Sai da cama às pressas, com raiva.

— Ãn, o que foi? — Estava um pouco sonolenta. Cocei os meus olhos.

— Sua amiga gostosa está lá na sala. — Cruzou os braços. — E o Micael também!

— O Micael também? — Meu coração quase saiu pela boca. — O que está acontecendo? — Passei por Anthony como um furacão, não me dando conta de que ainda estava com o pijama.

Escutei as vozes alteradas de Tina e Micael, estavam discutindo algo que não consegui identificar. Ao adentrar na sala, consegui ver papai e mamãe tentando apartar o ninho de briga que estava virando.

— Tina? Micael? — Fiquei na frente dos dois. — O que estão fazendo aqui?

— Eu vim trazer as suas coisas. Não quero mais nada seu na minha casa! — Tina pegou uma caixa de papelão que estava em cima do sofá, jogando com tudo no chão. — E fala para o seu namoradinho que eu não preciso que ele me dê ordens.

— Não te dei uma ordem, só disse que você está totalmente errada em agir desse jeito na casa da Sophia. — Micael rebateu.

— E afinal, quem te chamou aqui? — Tina franziu o cenho, colocando as mãos na cintura. — Meu assunto é com a Sophia e não com você. Criatura imunda dos sete infernos!

— SENHORITA JOHNSON! POR FAVOR! — Papai interviu, ficando mais nervoso ainda. — Não cite o nome da besta dentro da minha casa.

— E o senhor ainda aceitava a Sophia ter amizade com uma indecente dessa? Lamentável, senhor Joseph. — Micael negou com a cabeça.

— Vocês estão doentes! Esse cara é um maluco perseguidor que está fazendo lavagem cerebral na Sophia. — Tina tentou avisar os meus pais, mas estava saindo como uma louca. — Eles estão transando!

— AGORA JÁ CHEGA! — Micael pegou Tina pelo braço, arrastando ela até à porta.

Jogou Tina para fora, montando uma humilhação para todos que estavam na sala.

— Isso é coisa de dizer ao pai da Sophia? Você não me conhece! Eu a respeito como se fosse a minha vida, Tina Johnson! — Micael ficou bravo, aumentando o tom de voz, como se fosse o papai brigando.

— Para de mentir, caralho! TODO MUNDO SABE QUE VOCÊ É UM LOUCO DOENTE! — Rebateu.

— Senhorita Johnson. — Papai foi até Tina, lhe ameaçando. — Irei chamar a polícia se você não sair daqui AGORA. Entendeu? — Cerrou os dentes. — E não quero você de conversa com a minha filha. Assunto encerrado! — Deu suas últimas palavras.

Tina mostrou o dedo do meio antes de dar um chute no portão de madeira, indo embora. Micael torceu o maxilar antes de encarar o papai, que parecia um pouco atordoado com o que havia acontecido.

— Me desculpe por isso, senhor Joseph. Um circo dos horrores, não é mesmo? — Micael tentou o acalmar.

— Eu que devo lhe desculpar, Micael. Eu não sabia que essa menina era assim! — Entramos para dentro, de novo. — Sophia sempre viveu junto com ela mas... Parece que está revoltada.

— Eu sempre fui contra essa amizade. — Micael me encarou. — Mas espero que a Sophia tenha aprendido a lição. Irá ficar bem melhor longe dessa qualquer. — Não teve dó nas palavras.

Mamãe me observava com desprezo enquanto Anthony sorria diante da situação. Para ele, ter aquele tipo de discussão durante a manhã era um gás para o seu dia.

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