Capítulo Setenta e Um

141 8 7
                                    



Hora de voltar para a casa!
Acordei com essa frase quando fiz minha higiene matinal, juntando minha roupa e arrumando a minha mala pequena, levando ela até à sala. Mamãe estava pondo a mesa do café, junto com papai, que questionaram aonde eu iria aquela hora da manhã. Ficaram tristes por eu estar indo embora, mas prometi que não iria demorar à voltar, como eu estava fazendo.

Pedi um táxi e expliquei as coordenadas, indo para a casa. Fiquei com medo de voltar mas precisava ser forte e encarar a minha vida real, com o meu marido totalmente fora de órbita, com seus pensamentos estranhos.

Puxei minha mala até à sala, onde ainda seguia tudo em silêncio. Subi as escadas em passos de fantasma, vendo que a cama estava bagunçada mas Micael não estava nela. Fiz a ronda no quarto, suíte e closet: ninguém.

Caminhei pelo corredor e... Ninguém! Banheiro social, quartos de hóspedes e sótão: ninguém.
A casa estava vazia, não havia ninguém lá.

— Bom dia, querida.

A voz máscula de Micael me assustou por completo, quando dei às costas para me virar, indo em direção à escada. Uma voz aterrorizada, que estava me dando medo. Suave porém... Forte.

— Bom dia. — Engoli seco. Estávamos bem perto. — Você está bem?

— Melhor impossível, já que você me deixou aqui, estragado. — Ainda estava dizendo calmo, o que me dava mais medo. — Eu acordei, tomei um banho e fiz o meu café. — Deu um sorriso maléfico.

— Você está me assustando!

Dei um passo para trás.

— Eu? Te assustando? — Micael tinha as mãos para trás, andando junto comigo. — Por que você acha que eu estou te assustando?

— O que tem na sua mão? Atrás de você! — Meu coração estava batendo tão forte, eu poderia morrer de ataque cardíaco.

— Nada. — Deu de ombros. — Posso saber onde você estava?

— Na casa dos meus pais. — Fiquei desesperada querendo saber o que havia em suas mãos. — O que tem na sua mão?

— Nada. — Mostrou as mãos, que estavam vazias. — Eu só quero saber onde você estava.

— Francis disse para eu dormir lá. Você estava... Bem ruim na noite passada! — Engoli seco novamente, me escorando em uma parede.

— É, eu estava bem ruim sim. E sabe por que? Porque minha esposa decidiu ter um filho sem a minha permissão.

— Preciso da sua permissão para engravidar? — Bati de frente.

— Você precisa conversar comigo primeiro antes de tomar qualquer decisão. — Disse sério. — Mas eu estive pensando enquanto estava sozinho. — Saiu de perto. — Acho que fui rude com você, querida!

— Rude? — Franzi meu cenho. — Você tomou alguma coisa antes de eu chegar?

— Não, não tomei. Estou cem por cento! — Rendeu as mãos. — Só quero decidir que isso não irá mais acontecer. O meu... Surto. — Micael ficou cabisbaixo, umedecendo os lábios, com vergonha de me encarar de novo.

— Você pensou sobre a possibilidade?

— Pensei. — Micael assentiu. — Acho que o bebê... — Ele não estava querendo dizer muito. — A casa precisa de, enfim, não me faça dizer coisas que eu não quero. — Colocou as mãos na cintura, um pouco corado. Aquilo me fez sorrir.

— Vai aceitá-lo? — Fui de encontro com ele.

— Vou. É o meu filho! Eu o fiz, tenho que aceitá-lo.

Sete Pecados Onde histórias criam vida. Descubra agora