Capítulo Setenta e Nove

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Alexander era muito carismático, comunicativo, engraçado, charmoso e outras definições que fiquei imaginando enquanto ele dirigia. Sua mão suave rodando o volante do carro, me dando uma certa coisa descomunal. O clima estava agradável em Nova Iorque mas dentro do carro, eu sentia bastante calor.

— Chegamos. — Ele parou na vaga. O restaurante chique me surpreendeu. — Você gosta de comida italiana? — Destrancou as portas.

— Sim. — Lembrei das massas da mamãe.

— Vamos indo. — Abriu a porta para mim, me acompanhando até à entrada.

Alexander conversou com alguém que anotou os nossos nomes na entrada, nos levaram até uma mesa no canto do restaurante. O lugar pouco iluminado só para pessoas românticas me fez sentir um frio na espinha. Não parecia um jantar normal e sim um encontro arranjado de última hora.

— Está gostando de Nova Iorque? — Ele puxou a cadeira para que eu me sentasse.

— Ah, eu vi pouca coisa mas acho que sim. — Me embolei nas respostas, com vergonha de fracassar. — Viajamos muito! Estávamos cansados, então, preferimos ficar no hotel.

— Vocês estão vindo de onde? — Ele se sentou, ajustando a cadeira para mais perto.

— Bordéus. França. — O encarei.

— Então você é da França? — Alexander achou aquilo o máximo. — Eu gravei um filme por perto, alguns anos atrás.

— Faz tempo que você trabalha com cinema?

— Desde que eu me conheço por gente. — Soltou um riso.

O garçom havia se aproximado. Alexander interagiu rápido e pediu para que ele escolhesse um prato para mim, aceitei de agrado, me oferecendo à experimentar pratos novos. De acompanhamento, pedi uma água enquanto Alexander desfrutava um vinho branco.

— Você não bebe? — Serviu-se na taça em que haviam trago.

— Estou grávida. — Decidi contar de uma vez.

Era engraçado contar para as pessoas essa real novidade. Vi Alexander dar um sorriso de orelha à orelha, levantando a taça para brindar comigo.

— Meus parabéns, Sophia. — Bateu a taça em meu copo de vidro. — Micael está bem feliz com a novidade. Acertei?

— Ele ainda não sabe. — Cruzei os meus dedos que estavam suando.

— Oh, entendi. — Ficou sério. — Eu entendo o que você está passando porque Léa passou pela mesma coisa.

Impossível! Ele também conhecia Léa.

— Você conheceu a Léa? — Franzi meu cenho.

— Estou há mais tempo na família quanto você imagina. — Bebeu um gole do vinho. — Sei dos problemas de Marjorie com Borges, os problemas do Micael e enfim. — Não quis tocar no assunto.

— E enfim?

— Aposto que ele deve estar internado. De novo! — Alexander disse de uma vez, desenhando a borda da taça com o indicador.

— Como você conheceu ele?

— Eu comprei um quadro do Micael, uma vez, quando ele começou de fato. — Pausou. — Depois eu soube da família dele, o que o pai dele fazia realmente. Trabalhei algum tempo com o Borges mas desisti dessa vida.

— Pera aí, você... Você sabe do pai dele? Você sabe...

— Que o Borges é um mafioso? Quem não sabe disso? — Alexander riu incrédulo. — Borges é bem respeitado, todo mundo sabe quem é ele de verdade.

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