Capítulo Trinta e Três

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— Jesus, eu pensei que você tinha morrido!

Tina tinha uma palma da mão aberta enquanto balançava de um lado para o outro, sob a minha visão, que estava se acostumando com a claridade. Sabia que tinha desmaiado mas não sabia o tanto que havia ficado desacordada.

— Você está bem? — Me ofereceu um copo d'água.

— Sim. — Não estava muito, comecei a me lembrar da ligação. — Marjorie está aí?

— Ela já foi mas disse que é para você se acalmar. Vai dar tudo certo! — Tina ainda tinha esperanças. — O que ele disse para você?

— Parece que Amélie está trabalhando como prostituta de luxo. — Franzi meu cenho enquanto me sentava. — Foi por isso que o pai do Micael encontrou ela, alguma coisa assim. — Esfreguei os meus olhos.

— Caraca! Que doente mental, ela tem dinheiro! Por que está trabalhando disso?

— Já sabíamos pelo histórico da Amélie. — Olhei com deboche à Tina.

— Ela gosta de transar com vovôs então tudo certo. — Tina deu de ombros. — Agora vamos ficar aqui nesse casão enquanto a sua querida sogra salva o mundo. — Juntou as mãos, sorrindo falsa.

— Não posso ficar aqui, eu preciso ir para casa! — Lembrei do Anthony, do papai e da mamãe. Tinha que ir embora antes que dessem falta de mim. — Você vai ficar aqui?

— Cara, essa casa é muito linda mas também muito bizarra. — Tina observava ao redor, fazendo um tour. — Ela tem uma cristaleira de dólares, dá para acreditar? — Tinha o objeto em mãos, que era revestido com dólares de verdade.

— Tina, deixa isso aí! — Me agonizei ao vê-la com aquilo nas mãos. — Não temos dinheiro se você quebrar isso.

— Com certeza não. — Tina deixou o objeto de volta ao lugar. — Eu acho que temos outra coisa melhor para fazer. — Deu uma piscada rápida para mim.

— Ah, e o que você sugere? — Cruzei os braços em deboche, eu precisava ir embora!

— Vamos mexer nas coisas do Micael! — Ficou animada ao sugerir. — Vamos!

— Tina, qual foi? Eu preciso ir! — Estava me irritando.

— Então tchau. — Mexeu as mãos para mim. — A gente se vê mais tarde. — Fez o caminho da escada e quando vi, a mesma já estava subindo.

— Tina, quer descer daí? A mulher da Marjorie pode chegar à qualquer momento! — Bati o pé.

— Estou nem aí. — Ela continuava a subir. — Você não vem mesmo? — Segurou no corrimão enquanto olhava para trás, me chamando.

— Tina!

— O que foi, porra? Vamos! — Conseguiu chegar lá em cima, sumindo da minha vista. — Uau! Um colchão d'água, que nem de motel! — Escutei sua voz.

— Aaaaargh, Tina! — Subi as escadas com raiva.

Nunca tinha ido naquela parte da casa, o que foi curioso para mim também, mas, estava com medo de Cinthia chegar e nos pegar mexendo nas coisas. Vi Tina entrar no último quarto do corredor, que mais parecia um depósito abandonado. A mesma entrou, tossindo em seguida com a quantidade de pó que estava no ambiente.

— Credo, não existe faxineira no vocabulário deles? — Reclamou do pó, ainda entrando no quarto.

O local estava cheio de lona transparente, que cobria alguns objetos que ainda não havíamos identificado. Era um quarto normal, branco, com objetos. Nada de anormal por enquanto.

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