Capítulo Vinte e Oito

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Havia dormido, vinte e seis minutos depois que comi uma salada de batata com rúcula e quase vomitei. O por quê de saber disso? Micael ficou na minha cabeça, sem parar, contando histórias e cronometrando os minutos para que eu tirasse um cochilo. Quando acordei, tomei um susto ao não encontrá-lo ao meu lado, e também, não encontrá-lo ao redor do seu quarto, que era bem amplo com algumas coisas bagunçadas.

Estava sonolenta enquanto me levantava da cama, arrumando os meus cabelos bagunçados e bocejando, em busca do Micael. Esfreguei meu rosto e desci os degraus da escada, cuidadosamente. Vi Micael na sala, concentrado em frente à uma tela.

— Hum. — Cocei os olhos, precisava tirar aquele sono imediatamente. — Eu dormi muito? — Não sabia que horas eram!

— Duas horas, ao máximo. — Ainda estava concentrado na sua tela. — Você precisava descansar. — Colocou o pincel entre os lábios, me encarando.

— Precisamos voltar ao hospital. — Lembrei enquanto me sentava no sofá, observando Micael afundado de concentração em sua tela. — Você começou agora? — Me referi ao quadro que estava saindo.

— É mas. — Torceu o nariz, analisando. — Acho que eu não gostei, falta alguma coisa! — Colocou as mãos na cintura, voltando à analisar.

— Acho que não falta nada. — Me levantei novamente, indo de encontro com ele.

Tomei iniciativa de abraçá-lo por trás, coisa que nunca ocorreu enquanto tentávamos alguma coisa. Micael não ligou ou simplesmente fingiu não ligar, ficando imóvel ao observar a sua tela, que segundo ele, estava um fiasco.

Não sei o por quê mas senti uma necessidade enorme de transar. Eu precisava transar! Micael ali, daquele jeito, estava me deixando com tesão. Minha intimidade pulsava ao vê-lo tão concentrado e sexy com aquele pincel entre os lábios, analisando os milímetros da tela e pensando em qual cor prosseguir para o seu quadro.

— O que você acha. — Enlacei meus braços em seu pescoço. — De tomarmos um banho? — Convidei para um banho, na iniciativa de fazê-lo transar comigo debaixo do chuveiro.

— Um banho? — Micael ficou surpreso, levantando as sobrancelhas.

— É. — Cheirei o seu pescoço. — Um banho. — O entreolhei.

Micael soltou um risinho, deixando o pincel no suporte de madeira.

— Me sinto uma moça indefesa com essa cantada de tarado. — Aquilo me fez rir. Micael se virou para me encarar. — Onde você quer chegar com isso, querida? — Colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

Ainda me sentia desconfortável para contar certos detalhes à Micael, mas, ele tinha um jeito liberal e comunicativo quando o assunto era sexo. Eu precisava ser igual à ele.

— Eu quero... — Engoli seco, me esforçando ao máximo para não chorar. — Transar. — Soltei um suspiro pesado, me aliviando só de contar.

Micael soltou um riso gostoso, fazendo uma careta logo em seguida.

— Você quer transar? — Voltou a mexer no meu cabelo.

— É. — Havia ficado corada. — Mas eu sei que você não vai transar comigo então qualquer forma é válida. — Dei de ombros, o fazendo rir de novo.

— Ok, você me convenceu! Vamos tomar banho. — Sorriu leve para mim, deixando os meus cabelos e me induzindo até o banheiro.

Subimos as escadas novamente até chegarmos na sua suíte, dentro do quarto. Eu não tinha me ligado quando acordei mas vi que o ambiente era grande. Micael se despiu primeiro, entrando no box de vidro e ajustando a temperatura da água enquanto eu retirava a minha roupa, ainda em transe. Me sentia mal por pensar besteiras ao invés de ser solidária e voltar ao hospital, para ver o estado do papai.

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