Capítulo Treze

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Minhas mãos estavam suando quando fiquei em frente à porta da Tina. Eu sabia que levaria esporro ou até mesmo uma portada na cara, mas eu tinha que me resolver com ela.

E com Amélie também.

Levei meu indicador até a campainha de som agradável e chique. A senhora Jonhson me atendeu, estava comendo uma maçã.

— Sophia, como você está? — Ficou feliz em me ver.

— Bem. E a senhora? — Fiquei com medo de contar o que havia acontecido. — Tina está aí?

— Acho que sim. Ela se trancou lá dentro, quando chegou. — Deu uma olhadinha para a escada. — Entra! Eu vou dar uma saída mas avise a Tina que tem sorvete de napolitano no freezer. — Ela realmente não sabia o que havia acontecido comigo e com a Tina, o que me deixou aliviada.

Vi a senhora Jonhson sair um pouco depois, me deixando sozinha. Deixei minha mochila em cima do sofá e subi levemente às escadas, sem fazer barulho. A porta do quarto da Tina estava entreaberta, o que me deu visão suficiente para vê-la em frente ao notebook, com cara de tédio. Estava triste! E eu havia lhe deixado assim.

Caminhei até lá, batendo leve em sua porta. A feição do seu rosto mudou em segundos.

— O que você está fazendo aqui? — Ela se levantou.

— Precisamos conversar!

— Eu não tenho mais nada para conversar com você, Sophia. — Sentou novamente, dando atenção à tela do notebook.

— Tem sim! — Tomei coragem, fechando a tampa do aparelho.

Tina ficou uma fera quando levantou de volta, fechando os punhos e entortando a boca.

— Ficou maluca, porra? — Me empurrou.

— Eu vim conversar com você. — Empurrei de volta. — Eu quero me desculpar, por ontem.

Tina ficou em silêncio.

— Eu sei que passei dos limites mas...

— Mas nada, Sophia. Você conheceu esse cara ontem e já está tratando como se conhecesse há dez anos atrás. Se toca! — Andou de um lado para o outro. — O que você fez ontem foi ridículo! Você esnobou a gente.

— Eu não esnobei, Tina. Só fiquei cansada com a fala da Amélie, eu cansei, literalmente.

— Somos suas amigas, você não precisa ficar escutando se quiser. — Tina estava bem irritada. — Só que a sua falta de consideração foi maior do que tudo! Nem contar dele você contou.

— Lógico que eu contei.

— Lógico que não! — Cruzou os braços. — Ele é um merda e você está ridiculamente apaixonada por ele. É pelo dinheiro? Ele está dando dinheiro para a sua mãe?

— CALA A BOCA, TINA! — Gritei, me irritando também. — Está vendo? É isso que eu quero que pare de uma vez! Você e Amélie sempre criticando com quem eu saio ou eu deixo de sair.

— Esse cara não é para você, Sophia! — Chegou mais perto. — Porra, você não vê? Ele é estranho, gosta de coisa estranha, fica te enchendo com esse papinho de vernissage...

— Eu gosto dele! — Cerrei meus dentes, o defendendo. — E não é você e muito menos Amélie que vai me fazer mudar de ideia.

— Beleza. — Tina deu de ombros, debochando. — Quando você tomar um tombo com esse cara, não venha chorar para gente.

— Não vou tomar. Eu sei o que estou fazendo!

Grunhi irritada e dei às costas para Tina, mas antes que pudesse ir, sua voz me fez mudar de ideia e ficar para saber de mais.

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