Capítulo Trinta e Dois

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— Porra! O que a gente faz?

Tina estava com o meu celular em mãos, ainda desorientada pelo o que havia acabado de acontecer.

— Sophia, porra! — Estalou os dedos. — Precisamos fazer alguma coisa!

— A gente precisa mandar isso para a polícia.

— Polícia? Ficou maluca? — Tina estava fora de si, com medo que pudessem fazer algo com Amélie. — Se a gente envolver a polícia nisso, a Amélie morre.

— Então o que vamos fazer, Tina? — Andei de um lado para o outro. — Não podemos acionar a polícia, não podemos falar para a mãe dela... Então vamos fazer o que? — Lhe encarei.

— Vamos até lá! — Que ideia de merda! Não podíamos ir até lá.

— Ah claro, e como vamos chegar lá? Aspen é longe e não temos grana para isso. — Bufei. — A gente já era! Eu nem sei por que o... — Paralisei, ficando sem palavras.

Uma linha imaginária cruzou a minha cabeça, como aquelas cenas de detetive, quando descobrem algum caso. Eu sabia o por quê de Micael estar lá, também sabia o por quê de Amélie estar sequestrada. Tudo fazia sentido agora.

— Tina. — Lhe encarei.

— O que foi?

— O pai do Micael! Foi o pai do Micael! — Me desesperei. — Foi ele quem sequestrou a Amélie, por isso o Micael foi lá!

— Caralho. — Tina colocou as mãos na boca. — E como ele achou a Amélie?

— Pelo site que ela estava navegando. — Voltamos à analisar a tela no notebook, voltando ao site. — Os dois devem ter marcado um encontro e a mágica simplesmente aconteceu. Amélie sumiu!

— Caralho, caralho, caralho. — Tina tinha as mãos na cabeça, colocando os cabelos para trás. — Isso parece cena de filme e o final não é bom. — Negou.

— Eu não sei o que fazer agora. — Não sabia mesmo! Não tínhamos dinheiro para ir até Aspen e muito menos encarar aquele perigo de frente. Íamos acabar como Amélie. — Precisamos falar com a polícia, Tina.

— Sophia, a gente não pode simplesmente largar esse caso com a polícia. O pai do Micael é mafioso! Ele vai fazer cinquenta de você quando o Micael não estiver por perto. — Tina se estremeceu. — Cruzes! Namore um homem normal da próxima vez.

— Não temos tempo para gracinhas. — Fiquei em frente ao notebook, me preparando para mandar uma mensagem ao antigo chat de Amélie. — Vou mandar uma mensagem ao pai do Micael.

— FICOU MALUCA? — Tina me empurrou. — Suas idéias são péssimas, a gente vai acabar morrendo.

— E você tem ideia melhor?

— Sim, ir para Aspen e descobrir que caralho está acontecendo. — Como se fosse fácil...

— Você tem dinheiro para ir até Aspen? Porque eu não tenho. — Cruzei os meus braços. — Fora que, como vou ficar sumida com os meus pais por perto? — Tinha pegado Tina desprevenida.

— Certo, você tem razão. — Ela murchou. — Até tenho o dinheiro para irmos à Aspen mas essa do seu pai me pegou. — Ficou um pouco triste. — Vamos ficar por aqui e esperar a Amélie morrer! — Sentou-se na beirada da cama, dando de ombros e sendo debochada.

— Cara, você não consegue entender? — Me sentei ao seu lado. — Não podemos ir até Aspen! Eu não posso ir até Aspen! — Disse pausadamente, Tina entendeu o recado, não voltando no assunto.

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