A cidade não era longe, sabia que estávamos perto mas ainda sim com um pouco de estrada para enfrentar. Sai do carro encarando o enorme prédio em minha frente, com carros de luxo parando na porta e homens com roupas finas saindo deles. Micael segurou em minha cintura, me levando até o saguão do hotel.— É um lugar agradável, você vai gostar! — Me deu um beijo rápido nos lábios, me movendo com ele até o balcão de informações.
Um homem uniformizado e bastante educado nos recebeu, entregando um cartão-chave à Micael.
— Aqui está, senhor Borges! A senhora Borges está bem? — Ele a conhecia, o que me impressionou. Será que eram amigos?
— Está perfeitamente bem, Jerónimo. — Micael sorriu. — Não pôde vir por compromissos mas garanto que na temporada de moda ela estará na cidade. — Moda? Desde quando a mãe do Micael mexia com moda? Eu estava confusa até demais!
— Aaah, que maravilha! — O homem ajuntou as mãos. — Fiquem à vontade, o quarto é totalmente de vocês. — Sorriu para mim, me assustando um pouco pela forma da sua face. Desviei o meu olhar e me escondi nos braços de Micael, que riu um pouco.
Andamos até um elevador mais próximo.
— O que foi? Você não se familiarizou com o Jerónimo? — Soltou um riso leve, apertando o botão e esperando que o elevador chegasse.
— Ele é estranho. — Estávamos com os braços enlaçados. Na outra mão, Micael levava uma mala média, de alça. — Você conhece ele faz tempo?
— Desde quando a minha mãe conhece esse hotel por gente. — Entramos no elevador. — Na verdade o Jerónimo já trabalhou com o meu pai, na época em que ele estava na Turquia. — A porta se fechou.
Senti um arrepio ao lembrar do meu querido sogro e sua profissão, se é que podemos chamar disso.
— Ele decidiu sair? — Me interessei naquele final.
— O Jerónimo é uma pessoa de bem, ele não estava mais aguentando ver o meu pai fazendo atrocidades com garotas inocentes. — Micael ficou em transe. — Meu pai deixou ele ir, o que é raro. Geralmente ele some com pessoas que não querem mais fazer trabalhos para ele! — Contou.
Tentei disfarçar o meu medo antes da porta se abrir. Micael desfez o braço enlaçado comigo, buscando o cartão-chave, ganhado pelo Jerónimo na entrada.
— Por que não me avisou de trazer mala? Eu poderia ter trago as minhas roupas. — Esperei que ele abrisse a porta, me lembrando da sua mala.
— Tem uma troca de roupa sua e algumas coisas. — Seu olhar mudou após abrir a porta, guardando o cartão-chave no bolso.
Eu não sabia aonde ele havia pegado uma troca de roupa minha mas deixei passar. Observei o quarto em que estávamos, chique! Uma cama de casal, frigobar, televisão de tela plana, alguns objetos decorativos que custariam algum dinheiro bom se quebrasse e para finalizar, uma suíte privilegiada.
Não era um quarto extremamente de luxo mas ainda sim me impressionou um pouco. Eu não teria dinheiro para passar uma diária naquele lugar, muito menos os meus pais.
— Você gostou? — Micael deixou sua mala no canto do quarto, virando para me observar.
— É tão bonito. — Andei pelo quarto. Caminhei até à varanda. — Sua mãe dorme aqui toda vez?
— Não necessariamente nesse quarto. — Ele achou graça. — Eu não quero dormir em uma cama que ela e Cinthia fizeram sexo. — Fez uma careta, indo até o frigobar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sete Pecados
RomanceSophia é uma jovem que convive com pais extremamente conservadores. Vivendo sua vida às escondidas, ela acaba conhecendo Micael, onde irá descobrir o que é viver às escondidas de verdade! Com ele, Sophia irá saber o que é sedução, pecado, sexo e ou...