Capítulo Trinta e Nove

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Dois dias depois.
Bordéus — França.

Depois de passarmos um final de semana daqueles em Elba, voltamos para Bordéus com o intuito de fazer o almoço de casamento. Mamãe estava emotiva, assim como o papai, que não estava esboçando uma reação de sentimento. As massas foram feitas por ela, que se dedicou à noite passada para a mãe de Micael aprovar todas, depois da discussão que tiveram.

Ganhei de presente uma maquiadora profissional e um vestido simples branco que custaria o preço de um carro. Marjorie me mimou durante a manhã, como um presente digno de sogra. Estava em sua casa me preparando, enquanto o buffet terminava de arrumar lá em baixo.

— Você está ficando linda! — Marjorie apareceu em minha frente, já arrumada. — Micael teve sorte de se encontrar com você.

— Obrigada. — Corei. — Será que a minha mãe já chegou?

— Ela estava lá em baixo conversando com o Micael. — Cruzou as mãos. — Parece que ela quis saber o por quê de termos contratado um buffet. — Marjorie fez expressões labiais engraçadas, o que me fez rir um pouco.

— Ela fez a massa que você gosta. — Tentei defender a mamãe.

— Não é para tanto, querida. — Marjorie soltou um risinho. — Vou deixar o maquiador acabar em paz. Volto depois! — Saiu em um rebolado engraçado. Marjorie era incrível.

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Depois da maquiagem, me ajudaram com o vestido e o penteado. Eu estava simples porém bonita, nada muito extravagante para um almoço com a família. Micael havia chamado um advogado para assinarmos os documentos e trocarmos as alianças, o que gerou certo desconforto para o papai, que esperava um padre ou qualquer coisa do tipo.

E eu estava começando um novo capítulo na minha vida, após ler o meu nome inteiro com o sobrenome Borges.

— Um brinde aos recém-casados! — Marjorie levantou sua taça de champanhe, nos convidando a fazer um brinde.

Micael enlaçou meu braço com o dele, onde bebemos o champanhe importado como os noivos de filmes faziam, clássico. Nos beijamos rápido e escutamos Marjorie soltar palmas e gritar feito uma doida, assim como a mamãe.

— Vou pedir para servirem o almoço. — Cinthia avisou todos, saindo primeiro para a cozinha.

Papai se aproximou de nós, me dando um abraço apertado.

— Minha garotinha! — Alisou minhas costas. — Espero que você seja muito feliz. Que Deus a abençoe imensamente, eu amo você.

Foi novo escutar o papai dizer aquilo para mim, com lágrimas nos olhos. Segurei meu choro ao máximo, disfarçando em sua camisa social, enquanto sorria. Micael assistia a cena um pouco emocionado.

— Ainda bem que você casou. O quarto agora é meu! — Anthony apareceu, me dando um abraço.

— Vou sentir sua falta, pestinha.

— Eu também vou sentir a sua. — Nos olhamos. Passei a mão nos cabelos de Anthony, que estavam arrumados com algum tipo de gel.

Mamãe foi a última à me cumprimentar, onde chorou por dez minutos seguidos. Tentei ameniza-la repassando que estaria tudo bem, mas, seus assuntos ficaram estranhos com o tanto que ela estava emotiva.

— Quero que saiba uma coisa. — Segurou em minhas mãos.

— O que? — Fiquei curiosa para saber.

— Não precisa ficar nervosa com a noite de núpcias. É extremamente normal, não dói tanto como dizem. — Fiz uma careta mas fingi que estava entendendo tudo, como uma iniciante sem experiência alguma.

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