Um

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Pietra 🦋

As pessoas dizem que depressão não mata, mas ela mata sim, mata de impacto e mata aos poucos e foi aos poucos que ela levou o amor da minha vida.

Não pensei que esse momento chegaria mais chegou e tem sido vazio, já faz 1 ano que ele me deixou e o vazio não alivia de forma nenhuma.

Os dias sem ouvir um "colfoi chorona" me mata e só quem perde uma pessoa entende, ter que seguir e ser a fortaleza dos filhos, é difícil demais, mais eu prometi pra ele.

A cozinha já não é mais a mesma, não tem a graça de querer ficar lá ou entrar e ouvir o " Não quero ninguém na minha cozinha, jaé " a dor não alivia, aprendemos a conviver com ela e no meu caso não aprendi, acordo todos os dias esperando que seja um sonho e que ele vai entrar por aquela porta com a carinha fechada e cheio de amor pra dar pra nossa famílinha..

A única coisa que me mantém em pé são nossos filhos e afilhados, mas assim é durante o dia por que anoite eu choro, os dias são cinza pra sempre.

Foram anos bem difíceis a um ano perdi meu amor e a três perdemos o Otto em um acidente de carro terrível.

Tento de toda forma ajudar a Isa, mas ao mesmo tempo não consigo me ajudar... é uma dor insuportável.

Passo as mãos no meu rosto, olhando as roupas dele no guarda roupa vendo guardadinha do jeito que ele deixava, tudo organizado no lugar.

As correntes, tênis, perfumes tudo não mexi em nada, a psicóloga me diz que isso me puxa pra trás, mas desde que ele foi eu não fui pra frente mesmo.

Lucca: Mãe? — ele apareceu no meu campo de visão, com as mãos no bolso.

— Fala meu gato — sorri fraco, saindo do transe que me levava pra perto dele.

Lucca: Nós vamos ir lá...conversar com o pai a senhora vai? — ouço a voz tímida dele.

Levantei passando a mão na minha roupa, passei o dedo na aliança que não dava pra fechar o dedo.

— Nós? — olhei pra ele, o Lucca era minha xerox viva.

Lucca: A família toda, meus irmãos tudo mãe. — ele me olhou, sorrindo fraco.

— Até a Ariel? — fui pra perto dele, o olhar do Lucca me lembrava o meu quando conheci o meu Caos.

Ele balançou a cabeça, concordando.

Lucca: Mãe?

Sorri saindo do quarto, maior parte do meu tempo era dentro do nosso quarto onde eu ainda sentia o cheiro dele.

— Vamos filho — envolvi meu braço no braço dele.

Aurora: Mãe, assim está bom? — ela apareceu de vestido rosa, com a cara de choro.

— Tá linda filha, ele amava você de rosa — sorri passando a mão no rosto dela.

Alice: Eu tô com saudade. — ela me abraçou, com a roupa igual da Aurora.

— Eu sei meu amor, eu te entendo, mas ele ficaria feliz demais em ver vocês assim — engoli seco ao sentir a falta que ele fazia, ele ia mimar tanto elas.

Alice: A Liz e o Yan já chegou a Ariel também, mais ela não quer falar com ninguém. — ela fez cara de triste, segurando as mãos.

— Dá espaço pra Ariel ela é assim vocês sabem, então vamos — a Alice era extremamente chorona chorava por tudo, tanto que o Caos a chamava de choroninha.

O Yan tinha se tornado um pai tal qual o Lucca e era um marido perfeito pra ohana.

A Liz se encontrou com o Dante os dois era louco na mesma proporção.

A Ariel era o Caos em tudo, jeitos, falas, revoltada, grossa e sem paciência idêntica ao pai, não era atoa que ela ficou de frente ao morro, e uma das últimas falas do Caos foi "Não foi isso que eu quis pra tu, mas eu vou te guardar pra sempre pivetinha" e ela tatuou isso.

Herança do Crime - Livro 4 Onde histórias criam vida. Descubra agora