Cameron Dallas
Olho para Nick que me encara. Não posso dizer o que ele está sentindo apenas pelo olhar, mas não identifico traços de raiva em sua face. Talvez indiferença?
Me levanto e vou em direção a cozinha, preciso de um pouco de leite antes de ir para a escola. Abro a geladeira e pego a caixa, encho uma xícara e começo a bebericar um pouco.
Sinto uma presença na cozinha e quando olho, vejo Nick outra vez me olhando. Me observando como um psicopata e eu resolvo perguntar pois está me incomodando:
— O que é? — coloco a xícara na mesa, puxo uma cadeira e me sento. — Cheirou de novo?
Ele parece não se importar com minha provocação, pois apenas imita meu gesto, se sentando a minha frente e roubando minha xícara de leite:
— Filho da p... — Apenas me calo pois não gostaria de ouvir alguém xingando minha mãe.
— Pode continuar. Acha que me importo com minha mãe ao ponto de me incomodar se alguém a xingar? — ele riu alto como se eu fosse um completo idiota. — Ela só foi mais um dos erros do meu pai, assim como eu. E não pense que estou tentando me fazer de vítima, apenas é a verdade nua e crua.
Eu não entendi de imediato o que ele queria puxando esse tipo de conversa comigo, mas resolvi jogar o jogo dele:
— Se você enxerga a si próprio como um lixo, quem sou eu para dizer o contrário. — Um pouco vaga essa resposta? Talvez sim, mas também não quero ficar rendendo assunto.
— E apenas como todos me enxergam, Cameron. Até você me vê assim.
— Não diga as coisas por mim, não tem esse direito. — Respondo e me reclinou na cadeira, cruzo meus braços e apenas o encaro.
Tem algo de diferente com o Nick, não parece aquele cara confiante de alguns dias atrás. Parece até meio... Amuado. Ele fala sempre olhando para as mãos, depois me olha diretamente como se quisesse evitar meu olhar enquanto fala:
— Ah para! O viciado de merda! Vai dizer que não é assim que me vê, sempre que me olha? Você mesmo me chamou disso naquele dia e você está certo. Eu sou um merdinha, um drogado nojento. — Deu de ombros bebendo mais ainda da minha xícara de leite surrupiada.
Cansei. Coloquei minhas mão sobre a mesa e olhou diretamente, buscando passar a firmeza em minha palavras:
— Escuta Nick, eu não tenho nada contra você, se falei aquelas coisas foi para perceber o mal que faz ao seu pai e como nos assustou naquele dia — tentei sorri, mas acho que não deu certo. — todo mundo comete erros e tem recaídas. É normal! Mas o que diferencia uma boa pessoa de uma pessoa merda é justamente o que ela faz após a isso. Você vai se render e ter outra recaída ou procurar força nos próprios erros para lutar?
Nicholas me olhou um pouco surpreso e sorriu:
— Você é bom com as palavras, garoto! — riu. — Quero pedir desculpas se ofendi você ou mais alguém naquele dia. O Liam deve ter falado que eu chamei ele de... Bicha. Mas e não sou homofóbico de verdade, se quer saber.
— Isso é bom, levando em conta que mora em uma casa de pessoa que se relacionam com outras do mesmo gênero. — sorri e me levantei,pegando a xícara já vazia e lavei. — E pensa bem... Porra! A Suíça não parece ser um lugar tão ruim... Só de imaginar aquelas paisagens pitorescas, sinto vontade de ir com você.
Nicholas começou a rir alto e o acompanhei com menos intensidade. Acho que consegui quebrar o clima ruim colocado entre nós dois naquele dia.
De repente, Nick ficou bem sério e eu estranhei:— Cameron eu preciso te contar uma coisa sobre... — Ele nao conseguiu terminar de falar pois Zayn e Liam desceram as escadas sorrindo.
Eles começaram a engatar uma conversa e esqueci de perguntar a Nick sobre o que ele ia falar. Quando fui lembrar, ele já tinha saído de casa por alguma razão e eu fui para escola com meu irmão e o Liam.
Quando entrei na escola, sou abraçado repentinamente por Arón que fez questão de me beijar longamente na frente de todos:
— Estava pensando — falou dando um selinho rápido depois do beijo de língua. — Tenho uma coisa para te dar assim que começamos a namorar sério, mas eu fiquei enrolando por achar meio brega.
— Desde que não seja uma gargantilha com a sua inicial gravada, eu vou achar maravilhoso. — Falei e ele riu alto, chamando a atenção de todos mundo.
Que se dane a atenção dos outros.
— Seria bem estranho, mas passa longe uma gargantilha... — Ele se ajoelhou na minha frente e abriu uma caixinha de veludo.
Uma montanha de pessoas de juntou ao nosso redor, se acotovelando para descobrir o que está acontecendo:
— Decidi oficializar tudo com isso, uma prova de amor. Quero que isso signifique bem mais do que apenas um anel e sim uma representação física de nosso amor.
Ele colocou o anel em meu dedo e eu no dele, então ele se levantou e me beijou. Alguns alunos começaram a aplaudir e outros a vaiar, mas não ligamos. Arón apenas segurou a minha mão e entramos na escola.
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Só uma pergunta: Vocês acham vergonhoso esse tipo de declarado em público?
Espero que tenham gostado do capítulo, mesmo com os erros e tudo mais.
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Apaixonado Pelo Valentão - Shameron
FanfictionCameron Dallas é um jovem gay que sempre se apaixona por garotos que não correspondem às suas expectativas amorosas. Mas sua paixão atual é um pouco diferente: Shawn Mendes, um rapaz bonito e popular conhecido por seu jeito valentão. Entre segredos...