O Grupo

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Hailee Steinfeld

Finalmente!

Posso dizer que finalmente as aulas chegaram e posso voltar a minha intensa rotina de estudos e cuidar do meu clube do livro.

Estaria mentindo se eu falasse que morri de saudades da escola e toda a merda que vem acompanhada: Garotos babacas, garotas mais babacas ainda. Mas tem toda uma graça nisso, estudar e aquelas aventuras de adolescentes.

Acontece que esse ano estou disposta a viver minha adolescência. Farei de tudo o que eu tenho direito, inclusive ser impulsiva.

Isso é mais fácil quando se tem amigos. 

Encontro minha avó fazendo yoga na sala, na televisão uma professora ensinava um movimento em que consistia: Ficar de quatro, as pernas esticadas e as nádegas bem para cima. A  mulher de 56 anos, tem um corpo bem conservado para a idade e tudo no lugar. Claro, os peitos um pouco caídos por ter três crianças sugando quando era mais nova.

Soltando gemidos pelo esforço, ela pareceu notar minha presença:

— Oi, minha neta! — saiu da posição bem devagar e soltando um longo gemido de satisfação. — Comprei aquele chocolate em pó que você gosta.

Ela voltou para a posição e agora empinou ainda mais a bunda, realmente fazendo mais esforço no movimento:

— "Aahn", ok... Tenho certeza que você sabe o quão isso é bizarro, não é? Não é nada normal você estar fazendo Yoga dessa forma. — Não vejo problema nenhum na verdade, o problema é pegar essas cenas constrangedoras todas as manhãs.

— Nem comece a me censurar! — bradou balançando o dedo no ar ainda na posição, não sei nem como ela fez isso. — Preciso me alongar pois o Albert vem aqui hoje a noite e quer testar umas inovações na cama.

— Acredite, eu não estou nem um pouco interessada em saber disso. — Pego uma caixa de suco e encho meu copo.

Mirtilo. Quem faz suco de mirtilo?

Pego o suco e jogo na pia sem minha avó ver. Dou uma sacudida na caixa de leite e a tristeza vem quando vejo não ter uma gota. Pelo jeito é café o que sobra. Vou até a garrafa térmica e encho uma xícara com café:

— Compra leite quando estiver voltando do trabalho? — Pergunto afundando minha cara na xícara.

Amo café, mas em excesso me deixa muito elétrica. O difícil é me controlar para não me afogar de tanto beber. Minha avó demora a responder:

— Não vai dar. Vou passar na casa da Chloe para pegar um vibrador que ela trouxe do Brasil. Ele tem cinco velocidades e intensidades de vibrações.

Reviro meus olhos e começo a por alguns livros que deixo na sala dentro da minha mochila. Respondo:

— Deixa que eu compro. Não vou voltar para casa tão cedo, já que eu tenho reunião do clube do livro, mas consigo fazer o favor de comprar o leite. — Falo sem em tocar que estou sendo ríspida.

Lidar com minha avó é um pouco complicado. As vezes parece que ela só quer saber de sexo e deixa algumas responsabilidades para trás:

— Cuidado com o jeito que você fala! Ainda te dou uns tapas nessa sua bunda magra. — Ela diz me deixando irritada.

Instintivamente pego em minhas nádegas e constato que elas realmente são magras. Ergo uma de minhas sobrancelhas para ela, pego minha mochila e saio de casa.

Quem ela pensa que é para falar essas coisas para mim?

Ela é minha avó, eu sei. Mas uma avó não devia agir dessa forma com sua neta.

Apaixonado Pelo Valentão - ShameronOnde histórias criam vida. Descubra agora