Espera

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Camila Cabello

Me vi em uma encruzilhada. Antes que ela me visse, mandei as últimas fotos para o Cameron e corri até o banheiro, joguei o celular na privada e dei descarga. Seria uma péssima ideia se ela o pegasse e acabasse por cancelar o envio das minhas mensagens. O Cameron nunca saberia a maluca que a maluca da Zendaya pode estar aprontando.

Saí do banheiro, mas logo dei de cara com uma Zendaya transtornada segurando uma faca enorme. A faca está manchada de vermelho, sangue seco, reluzindo com a pouco luminosidade existente naquele cômodo. O seus olhos estão eufóricos, como se fosse algo de muito interessante e estranho ao mesmo tempo, seus lábios trêmulos e mão agarra firmemente o cabo da faca. Com tanta força que imagino ele se partindo.

Zendaya não diz nada por alguns segundos, que pareceram se estender por horas.

— O que está fazendo aqui? — A voz dela sai baixa, controlada, apesar de sua aparência ser decadente e surtada.

— Eu que pergunto: O que é que você anda fazendo aqui? Que porra de altar é esse? Isso está muito estranho. — tento fingir que não notei a faca, talvez ela ache que eu não desconfio de nada. — As pessoas e vissem isso poderia pensar alguma besteira, sabia?

Ela deu um sorriso amarelo, dando alguns passos para frente, e eu recuei discretamente, tentando não deixar óbvio meu medo. É um jogo de tentar não demonstrar, enquanto eu planejo um forma de lidar com ela. Busquei algo ao meu redor para usar como arma, mas só havia um livro fino sob uma mesa de canto.

Zendaya tornou a falar, mas dessa vez com a voz perigosamente baixa:

— O que... Você... Está fazendo na minha... Casa? — ela ergueu um pouco a faca, deixando claro a sua intenção.

Nessa hora, eu só peguei o livro e lancei em sua direção. Foi apenas o que pude pensar e fazer, então eu fiz dei alguns passos para trás. Nunca me orgulhei da minha pontaria, e só me restou praguejar quando o livro passou por cima do ombro dela.

— Zendaya, não vá fazer algo que possa acabar se arrependendo... — Minha voz saí trêmula e tento pegar em meu sutiã o meu canivete.

Ela é me atinge com o corpo me levando ao chão, mal tive tempo para reagir, ela se jogou em cima de mim com a raça erguida para me acertar. No desespero, apenas ergui meus braços, para fugir do fio da lâmina, que agora parece tão ameaçadora... Consigo segurar seu pulso e impedir que a faca alcance meu rosto, e dou um grito.

— Socorrooo... — ela tenta livrar seu pulso, tirando um pouco do peso sobre mim e eu tento novamente pegar meu canivete, mas não consigo, ele é mandando para longe quando recebo um soco forte no rosto. — Por favor, não me mata!

Ela dá uma gargalhada e sinto algo pesado se chocar contra a minha cabeça duas vezes, quando vejo o vulto dela se para me atingir de novo, apenas fechou meus olhos, e me entrego ao escuro de minhas pálpebras.

•••••

Zayn Malik

Ouço barulhos, mas resolvo não me mover ou fazer algo em reação, não quero aquela maluca aqui embaixo de novo. Ainda tenho dois cortes na minha coxa que latejam fortemente. Possivelmente está inflamado, e eu sei um pedaço de um cobertor dado por ela para estancar o sangramento.

A ferida está inchada, ao redor com um rubor leve e acho que estou começando a sentir um pouco de febre, ou talvez seja apena só o frio causado pelas paredes e chão úmido. Esse não é um lugar para um ser vivo ficar.

Eu me sinto como se fosse um animal, talvez nem um animal seja tratado dessa forma. Isso me deixa frustrado, mas também, me sinto conformado. Eu mereço passar essas coisas por causa de todas as merdas que fiz. Caralho, só de lembrar o que eu fiz com o Liam...

Eu sou um grande filha da puta!

O Liam foi a pessoa que mais me amou, e eu praticamente caguei em cima disso. Peguei todo o amor, consideração e confiança que ele me deu, e joguei fora pois não controlei meus impulsos sexuais. De certa forma, tudo isso começou com o Liam e comigo.

O som de alguém descendo as escadas, .as parecendo arrastar algo, pois posso ouvir os gemidos de esforço, me arranca do meu transe e me obriga a espremer meu corpo contra a parede. De repente, a porta se abre em um baque e o corpo de Camila caiu para fora do corredor da escada. Atrás dela, veio Zendaya empurrando a garota e carregando a faca.

Na levantei, mas não ousei me aproximar, apenas indaguei:

— O QUE FEZ COM ELA? — Zendaya me olhou, como se pedisse para que eu tome muito cuidado. — Você é a matou, não foi?

— Não... Ainda não... — Seu sorriso foi maléfico, assim como no momento em que lá estendeu a faca para tirar a vida de Camila.

Não posso ver isso, permitir que aconteça na minha frente. Já não basta o cheiro pútrido de uma garota que eu conhecia, agora terei de ver uma outra colega agonizar até a morte? Não posso apenas permitir, sem nem tentar uma coisa.

— Pare, não faça isso, se não...

Ela se se virou para mim tão rápido que mal pude acompanhar seus movimentos:

— O quê? O que você vai fazer, meu amor? — ela olhou rapidamente para Camila que dormia no chão, parecendo em um misto de dor e sono. — Por que está tão interessado nessa vadia incestuosa?

A pergunta dela me pareceu coberta de malícia, aquelas perguntas que dependendo da resposta, pode acabar com uma consequência muito ruim para você. E se tratando dela...

— Não é interesse — afirmo, sem transparecer qualquer dúvida do que estou falando. — É só... Se a matar, vai acabar se complicando ainda mais, amor.

— Do que me chamou? — Um sorriso histérico surgiu em sua face e a faca desceu um pouco.

— Amor... É isso o que você é para mim. Meu amor. — dei alguns passos em sua direção. — Mas me assusta quando você faz esse tipo de coisa, mesmo com garotas vadias como ela — olhei para Camila com uma feição enojada. — Odeio ver você transtornada, se comportando dessa forma e sujando suas mãos desnecessariamente.

Ela se aproximou, passou a mão em meu rosto cuidadosamente, mas ainda com a faca em mãos. Pelo jeito, terei de ganhar confiança ao ponto dela abrir a guarda:

— Finalmente se entregou a nosso sentimento verdadeiro... — ela se aproximou, deixando um selinho em meus lábios que quase me fez vomitar. — O que sugere?

— Deixe ela presa aqui comigo. Ela não vai ter para onde fugir de qualquer forma.

Sorrindo ela se afastou, indo até um canto do quarto vindo de lá com uma corda. Então disse:

— Vou amarrar ela, mas... Você não vai ficar solto.

Um pequeno preço a se pagar para ter uma pessoa mais comigo, nesse inferno. Talvez tenhamos chance de formular um plano.

Apaixonado Pelo Valentão - ShameronOnde histórias criam vida. Descubra agora