Apaixonado Pelo Valentão - Shameron

O Tom da Morte

Cameron Dallas

Espero que haja uma forma de acabe com todo esse caos na minha vida. Talvez a decisão que acabei de tomar, esse plano idiota e suicida, acabe por me tirar da vida daqueles que amo. Mas se eu puder, de eu puder... Eu só quero ajudar aqueles que amo, mesmo que isso custe a minha saúde física, não vou desistir.

Quero vê-los livres e bem. Foda-se a minha integridade física...

Deixo o celular cair de minhas mãos ao ter essa ideia em minha mente, a certeza do que devo fazer faz minha consciência fervilhar, uma determinação avassaladora apoderou-se de meu corpo. O sabor do ódio, desceu quente pelo minha língua, parecendo corroer meu estômago ao mesmo tempo em que me impulsionou a tomar decisões.

Impulso. As vezes, tomar decisões na impulsão pode ser a melhor escolha a se fazer, levando em conta que o Zayn não possui muito tempo. Aquela maluca, aquela lunática pode estar machucando meu irmão. Ver aquelas fotos do altar, me despertou para uma realidade ainda pior. Mil vezes mais cruel e arrebatadora.

Por um momento, respeitei fundo, inflando todo os meus pulmões de ar e puxei meu cabelos, tentando extravasar um pouco da raiva e do nervosismo. Solto uma ligada de ar pela minha boca, ao perceber que não vou conseguir me acalmar. Levanto, ouvindo vozes alteradas vindas do andar de baixo: Meu pai e Geoff.

Solto um leve urro, para extravasar minha raiva e sinto vontade de socar os dois. Meu ódio é não perceber que ela estava ali o temporal todo, sorrindo, fingindo ser uma pessoa inocente quando na verdade sempre foi o demônio causador dos nossos males.

Uma ideia atinge minha cabeça como uma pedra. Onde está a Camila?

Corro até meu guarda-roupa e visto uma camisa, em seguida meu casaco. Pego minha carteira, meu celular e mando uma mensagem para o Shawn, dizendo para onde estou indo e o que Camil achou. Ele não viu a mensagem, por isso guardo o celular no meu bolso e desço as escadas aos pulos.

Quando chego na sala, vejo a cena caótica do casal brigando, mas meus olhos vão direto para um envelope marrom em cima da mesa de centro. Um calafrio percorre minha espinha,  engulo em seco, enquanto suprimo um grito de desespero. Vou até o envelope, vejo meu nome escrito em letras garrafais e com tinta preta.

Apenas seguro o envelope e vou até a porta, atraindo a atenção do meu pai que para de discutir:

— Onde o senhor pensa que vai? — A sua voz áspera me causa um leve sobressalto, mas é só olhar o estado deplorável do dono, que logo fico indiferente.

Meu pai está de um jeito caótico, com olheiras, barba grande e parece ter perdido bastante quilos. Apenas respondo:

— Tenho algo importante para resolver... — penso melhor. — Talvez eu não volte hoje para casa, pai.

— Como é? Ficou maluco, não é verdade? Seu irmão desaparecido e você quer sumir também, sem dar explicações... Simplesmente por que você acha que tem autonomia? Ah, não! Vai para o seu quarto. — ele apontou em direção a escada e eu apenas segui seu movimento com o olhar. — Anda! Não meu ouviu?!

Fecho a porta de entrada, dou alguns passos para dentro apenas para ter uma boa visão de meu pai e do Geoff. Essa situação entre os dois está beirando deixando de ser patética, beirando o ridículo. Encaro eles seriamente, esperando terminar com essa porra de uma vez. Não tenho muito tempo:

— O senhor culpa a mim e ao Liam por termos acabado com o relacionamento de vocês. É visível, mas aceita que você é o único culpado. O seu problema é que não criou o Zayn nem a mim direito, apenas fingindo fazer o papel do bom pai. A culpa disso tudo é do Zayn e sua, então não venha colocar a culpa em mim. Eu não mereço isso... Eu não mereço, assim como Geoff não merece todas as porcarias que tem ouvido. — ele ficou surpreso, andando para trás como se isso o permitisse fugir da realidade. — Sinceramente, qual a amarra entre vocês? O relacionamento de vocês não tem mais nada de bom para render, além de brigas, olhares tortos e palavrões. E Geoff, pelo amor de deus! Se está cansado, é só abrir a porta ir embora.