Os medos se amontoam, não têm forma definida
São sombras que se espalham,
No canto mais escuro da mente
E me vejo prisioneira, acorrentada
Por correntes invisíveis que eu mesma forjei,O mundo lá fora é uma ameaça constante,
Cada esquina esconde um perigo,
Cada porta aberta é um abismo,
E eu, presa nesse quarto,
Onde o ar parece pesar mais a cada suspiro,
Fico paralisada na minha própria existência.Saio de casa só na imaginação,
Onde o perigo é maior,
Cenários desmoronam à minha volta,
E as paredes parecem se fechar,
O mundo real se mistura com o fictício,
A fantasia se torna o único refúgio,
Mas também minha prisão.O que é fácil para os outros
Para mim é um mar revolto
Onde cada onda é um golpe,
Uma mão invisível me puxa para baixo,
E me perco na correnteza dos meus próprios pensamentos,Tarefas simples se transformam em labirintos
Onde me perco,
Onde o medo dita as regras
E a saída é apenas uma ilusão.A realidade distorcida
Pelos óculos do medo,
As imagens são embaçadas,
E os sons se misturam em ruídos surdos,
A porta que leva ao mundo
Está trancada pelo pavor,
E eu, refém de uma fantasia tortuosa,Queria apenas escapar,
Abrir a janela e sentir o ar
Sem que ele me sufoque,
Caminhar por ruas vazias
Sem que os passos me sigam,
Sem que o chão se abra sob meus pés,Mas estou presa,
Aqui, onde o tempo não passa,
Onde o sol não entra,
E o silêncio grita mais alto,
Que qualquer voz na minha cabeça.
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