O mar, eterno e imenso,
carrega em si memórias antigas,
ondas que se desfazem na areia,
como pensamentos que tento esquecer.Ele sussurra segredos ao vento,
despeja lamentos nas rochas,
e, na sua vastidão,
guarda todas as dores que não confesso.Às vezes, sou como ele,
agitada, tempestuosa,
perdida entre marés e correntes,
lutando para encontrar calma.Mas, tal como o mar,
eu também me quebro em pequenas partes,
em fragmentos que se espalham,
e mesmo quando tento recolhê-los,
a força me escapa,
deixando apenas vazio.Assim como o mar guarda tempestades,
guardo dentro de mim essas ondas de tristeza,
um ciclo infinito,
uma batalha sem fim.Por mais que o sol nasça sobre suas águas,
por mais que as estrelas iluminem suas noites,
o mar nunca está em paz,
e eu também não estou.E neste espelho salgado,
vejo meu reflexo,
perdida entre ondas e correntes,
à deriva nos meus sentimentos.