quem sou eu?
uma sombra na esquina
uma alma perdida em labirintos de dor
será que minha essência se reduz a isso?
a uma lista interminável de traumas
uma coleção de dias cinzentos e noites solitáriassou eu só uma cápsula de tristeza?
caminhando pelo mundo como um peso,
uma carga de memórias e sofrimento
só um transtorno ambulante,
como se cada passo meu fosse medido
por uma escala invisível de desesperoé essa a minha identidade?
uma entidade feita de sombras e suspiros,
onde a esperança se dissolve
em poças de melancolia
e eu sou apenas um eco dos meus próprios gritos?será que há algo mais escondido
entre as fendas da minha alma?
ou será que o meu ser
é um retrato inacabado de sofrimento,
um quadro pintado com as cores do desespero?talvez eu tenha perdido a noção
de quem eu realmente sou,
afogada em marés de tristeza
tentando entender se há algo além
do que as cicatrizes revelam
ou se eu sou apenas um corpo
vagando em meio às minhas próprias sombras