O medo caminha ao meu lado,
invisível, mas constante,
seguindo cada passo,
como se soubesse o destino antes de mim.Os dias parecem normais,
as ruas sempre as mesmas,
mas há algo no ar,
uma tensão que não se dissolve.O silêncio não é mais silêncio,
é um murmúrio distante,
um eco de passos que não são meus,
um vulto na esquina do olho.O medo sussurra,
não com palavras,
mas com a presença densa
que se arrasta no ar.Cada sombra se alonga,
cada som se amplifica,
e de repente, o mundo familiar
se transforma em um labirinto.A respiração acelera,
não há razão,
mas o medo nunca precisa de razões,
apenas de espaço para crescer.O coração bate mais rápido,
como se quisesse fugir,
mas não há para onde correr,
o medo está em cada curva,
em cada rosto que passa,
no reflexo do vidro,
no vento que toca a pele.E assim, seguimos juntos,
o medo e eu,
caminhando por essa trilha
que já não sei onde termina.