Cada sorriso falso,
cada conversa vazia,
é um lembrete
da minha alienação.
Vivo na periferia da vida,
uma observadora eterna,
nunca uma participante.As máscaras que uso,
para me adaptar,
para esconder a dor,
são pesadas e sufocantes.
Desejo poder tirá-las,
mas temo o que será revelado,
uma verdade que talvez
ninguém queira ver.A sociedade é uma máquina,
e eu sou a engrenagem errada,
girando em falso,
sempre fora de ritmo.
Procuro meu lugar,
mas ele me escapa,
uma ilusão persistente.Em momentos de desespero,
penso em desistir,
em deixar de tentar,
em aceitar que talvez
nunca pertença.
Mas há uma faísca,
uma pequena chama
que se recusa a apagar.Essa chama é a esperança,
teimosa e resiliente,
que talvez um dia,
em algum lugar,
eu encontre um canto do mundo
onde minha estranheza
seja minha força,
onde minha diferença
seja celebrada.Até lá, continuo a caminhar,
um passo de cada vez,
navegando pelas correntes
da incompreensão,
buscando meu porto seguro,
minha ilha de pertença.E enquanto não encontro,
escrevo,
transformo minha dor em palavras,
minha alienação em versos,
meus sentimentos em poesia.
É minha forma de resistência,
minha maneira de dizer
que, apesar de tudo,
ainda estou aqui,
ainda sou,
ainda sinto.E mesmo que o mundo
nunca me aceite,
continuarei a escrever,
a sonhar,
a buscar,
porque é isso que me mantém viva,
isso que me dá força
para enfrentar cada novo dia.