Há momentos em que a beleza
parece um estranho em minha porta,
um visitante raro
que chega sem aviso,
deixando rastros de luz
em um caminho sempre sombrio.Eu consigo, às vezes,
transformar essa luz em palavras,
esculpir versos
que se movem suavemente,
como um rio calmo
em um vale esquecido.Mas a maioria dos dias,
meus sentimentos são como labirintos,
confusos e estranhos,
perdidos em suas próprias curvas,
procurando uma saída
que raramente se revela.Ainda assim,
quando algo bom floresce
dentro de mim,
eu o capturo,
como um raio de sol
que penetra as nuvens,
e o coloco em um poema,
para que, ao menos por um instante,
a escuridão seja afastada.E talvez,
nesses raros momentos,
eu descubra que há beleza
mesmo no caos,
mesmo nas dobras
de uma mente que raramente
encontra paz.