Não é porque sou feita de sombras e dissonâncias
que o brilho das palavras não pode me alcançar
não é porque a feiura se aninha em minha essência
que eu não posso escrever sobre o que é beloEm cada verso, uma flor pode desabrochar
não importa o terreno onde eu planto
pois mesmo na aridez, a poesia se torna vida
e a beleza pode ser revelada no que escrevoNão é a superfície que define o valor
mas a profundidade das emoções que transfiro
é o coração que dá forma ao que é escrito
não o espelho que reflete apenas o exteriorEntão, deixo que a beleza tome conta da página
e mesmo que eu carregue a marca da feiura
as palavras que produzo não precisam se restringir
ao que sou, mas ao que posso expressar.
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