Luto

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O silêncio chegou primeiro, 
um vazio que se espalhou por cada canto, 
como um eco do que não volta mais. 
As lágrimas vieram em seguida, 
um rio que parecia não ter fim, 
carregando a dor que transbordava do peito.

Nas noites escuras, a saudade era minha única companhia, 
um sussurro constante de tudo o que foi perdido. 
O tempo, dizem, é um curandeiro silencioso, 
mas ele andava devagar, 
cada dia uma batalha para encontrar a luz novamente.

Havia dias em que a tristeza pesava mais que o ar, 
quando até respirar parecia um esforço desmedido. 
Mas, em meio à dor, pequenos consolos surgiram, 
um sorriso guardado em uma fotografia, 
uma lembrança boa que aquecia o coração gelado.

Aceitar parecia impossível no começo, 
como se a vida nunca fosse voltar ao normal,
como se o luto fosse uma sombra eterna, 
seguindo-me a cada passo, a cada pensamento.

Mas então, aos poucos, 
a dor se tornou menos aguda, 
uma lembrança de algo que ainda doía, 
mas não mais uma ferida aberta.

Os momentos de consolo vieram mais frequentes, 
um abraço de um amigo, 
uma palavra gentil, 
e a certeza de que, de alguma forma, 
você continuava viva em mim, 
nas memórias que guardei, 
nos gestos que aprendi a valorizar.

Lidar com a perda não foi uma linha reta, 
foi uma montanha russa de sentimentos, 
um labirinto de emoções que ora me consumiam, 
ora me confortavam.

Aceitar não significou esquecer, 
mas aprender a viver com a saudade, 
a conviver com a ausência, 
e a encontrar paz na ideia de que, 
de algum modo, 
você ainda está aqui, 
presente no amor que nunca deixará de existir.

Minha Coleção de PalavrasOnde histórias criam vida. Descubra agora