Olho no espelho e vejo
uma sombra de quem eu queria ser.
Cada passo que dou é incerto,
tremendo na dúvida,
balançando entre o que é e o que deveria ser.Minhas mãos hesitam,
não conseguem criar,
não conseguem realizar,
pois a voz dentro de mim sussurra
que não é o suficiente,
que nunca será.Eu vejo os sonhos desbotando,
como uma pintura abandonada,
as cores se esvaindo,
levadas pela maré de inseguranças
que eu mesma criei.Cada decisão é uma batalha,
uma guerra travada dentro de mim,
onde a coragem é o primeiro soldado a cair,
e a confiança, a última a se esconder.Eu me afogo em desculpas,
em justificativas para o que nunca aconteceu,
culpando o tempo, as circunstâncias,
quando, na verdade,
sou eu quem prendeu as correntes
que me impedem de seguir.E assim, sigo em silêncio,
com a vida se desenrolando à minha frente,
enquanto eu, parada,
duvido de cada passo que poderia dar,
esperando por uma força que não sei se existe,
uma força que me liberte
dessa prisão que eu mesma construí.