A vida flui como um rio incerto,
Correntes invisíveis, movimentos imperceptíveis,
O tempo escorre entre os dedos,
Cada segundo é uma gota,
Cada dia uma maré que se perde.O medo da morte, uma sombra persistente,
Sussurra segredos, sussurra em pânico,
O pensamento do fim me paralisa,
Gelo no coração, uma prisão invisível.Entender a mortalidade,
É ver o fim de todos os começos,
É aceitar que cada sonho, cada desejo,
Tem um prazo, um limite,
Um eco que se dissolve na eternidade.Em vez de viver intensamente,
O medo me amarra, me limita,
A visão da linha de chegada,
Transforma o agora em um peso,
E me faz hesitar antes do salto.Aceitar que tudo se esgota,
Que o ciclo encerra,
Não é libertador,
Mas um convite ao abandono,
À desistência antecipada.Os sorrisos são ensaios para o silêncio,
As esperanças, um amontoado de cinzas,
E enquanto o medo me consola,
Ele também me impede de viver,
De sentir, de realmente estar presente.Cada respiração é uma contagem regressiva,
Cada dia, uma aproximação do fim,
E em vez de dançar com a vida,
Eu me escondo, me encolho,
Aceitando a incerteza,
Como uma sentença inevitável.A mortalidade molda cada escolha,
Cada movimento é um reflexo do pavor,
E a compreensão do fim,
Em vez de me impulsionar para frente,
Me faz recuar, me faz parar.Assim, os ecos da existência ressoam,
Entre o medo e a aceitação,
Entre o desejo de viver e o peso do fim,
E eu, no meio, busco um sentido,
Entre a paralisia e a inevitabilidade.
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