Os dias se tornaram um borrão indistinto,
Memórias e pesadelos se fundem num só.
A realidade escapa, frágil como vidro,
E o mundo ao meu redor começa a se distorcer.Ouço sussurros que ninguém mais ouve,
Sombras dançam nos cantos dos meus olhos.
O passado me assombra, como uma sombra viva,
E cada momento traz a dor de mil vozes.As paredes se fecham, o ar se torna rarefeito,
Estou presa em um labirinto de minha própria criação.
Cores vivas agora são um mar cinzento,
Onde a lógica se dissolve em pura confusão.As mãos tremem, a mente em pedaços,
Pensamentos se entrelaçam, tortos e falsos.
Não consigo mais distinguir o que é real,
A sanidade se esvai como areia entre os dedos.Gritos silenciosos ecoam na minha mente,
Enquanto o caos interno se intensifica.
Cada batida do coração é uma explosão,
E cada respiração, um lembrete da dor.O mundo inteiro se torna um enigma,
Onde não há mais certezas ou chão.
Eu me afogo em um oceano sem fim,
Perdida para sempre na escuridão.O espelho reflete um rosto que não reconheço,
Uma estranha, deformada pelo sofrimento.
E assim, me perco, lentamente e sem retorno,
Num abismo de loucura que se tornou meu tormento.