Por que as palavras parecem tão frias
quando tento me olhar nos olhos?
Será que os outros veem o que eu sou
ou apenas aquilo que nunca serei?
Por que meu reflexo parece um estranho
mesmo depois de tanto tempo juntos?
Onde está a beleza que busco em vão
nas linhas duras que o tempo marcou?
Será que algum dia encontrarei
a paz nas minhas próprias imperfeições?
Ou continuarei a esculpir minha alma
em moldes que nunca me servirão?
Quantas vezes terei que lutar
contra os demônios que eu mesma criei?
Será que o amor-próprio é um mito
ou apenas um conto que não posso acreditar?
E se eu desistir de tentar ser
o que todos esperam que eu seja?
Será que encontrarei a mim mesma
ou apenas um eco de vazio e dor?
Por que a aceitação parece tão distante,
como um horizonte que nunca alcanço?
Será que algum dia vou amar
essa pessoa que me encara do espelho?
Quantas máscaras mais vou vestir
até que eu possa ser livre?
Será que a jornada é longa demais
ou eu que me perco no caminho?
Onde está a paz que todos falam
quando cada passo parece em vão?
Será que algum dia encontrarei
um lar dentro de mim mesma?
Por que, mesmo com todas as tentativas,
meu coração ainda não se aquece?
Será que o amor-próprio é um sonho
do qual nunca acordarei?
