Se a morte é um recomeço,
uma nova página
em branco,
seria possível
voltar
para corrigir os erros?
Se eu tivesse outra chance,
em outro corpo,
outra vida,
seria possível
ser feliz?
Talvez,
se eu pudesse renascer,
num tempo diferente,
num lugar diferente,
sem as marcas
que carrego
agora.
Será que o peso
se desvaneceria?
Será que as escolhas
seriam mais fáceis,
menos dolorosas?
Talvez,
com outra chance,
eu aprenderia a viver,
a acertar onde errei,
a encontrar
a paz que me escapa,
dia após dia.
Mas e se tudo
for um ciclo?
E se cada vida
for apenas
uma nova tentativa
de acerto?
Quantas vezes
eu precisaria
renascer
para, enfim,
acertar?
Ou será que a felicidade
se esconde
nas mesmas voltas
e repetições?
Será que
mesmo com outra vida
as mesmas dores
me encontrariam
de novo?
Se eu renascesse,
seria possível
escapar da tristeza,
das sombras
que me seguem?
Talvez,
só talvez,
eu conseguisse,
enfim,
viver a vida certa,
aquele sonho distante
onde a felicidade
é mais que uma ilusão.
Mas será que
uma nova vida
traria respostas,
ou apenas
novas perguntas?
E se, depois de tudo,
eu descobrisse
que a felicidade
não está
em outra vida,
mas nas tentativas,
nos tropeços,
nos erros
dessa que eu já vivo?
Ainda assim,
se eu pudesse
escolher,
eu tentaria de novo,
e de novo,
até encontrar
um caminho
onde a felicidade
me esperasse
sem fugir.
E se eu renascesse,
seria essa a vida
onde eu, enfim,
acertaria?
