Entre sombras e luzes, o caminho se divide,
Um rumo traçado pelo peso da alma,
Onde o paraíso se estende, suave e claro,
E o inferno arde com chamas que nunca se apagam.
No paraíso, os campos são vastos, sem fim,
A brisa é leve, e as flores nunca murcham,
O céu se abre em um azul infinito,
E a paz envolve cada suspiro, cada passo.
Mas o inferno, ah, o inferno é denso,
As sombras dançam ao som de lamentos,
A terra é árida, os rios são de fogo,
E a escuridão é tão profunda que consome.
Será a vida após a morte uma escolha?
Um reflexo do que fomos, do que fizemos,
Onde cada ato desenha seu destino,
Onde cada amor perdido encontra sua redenção?
No paraíso, encontro rostos esquecidos,
Abraços que nunca se desvaneceram no tempo,
E um calor que não é de sol, mas de almas
Que se entrelaçam em um eterno aconchego.
Mas o inferno, com suas portas entreabertas,
Sussurra segredos que o tempo ocultou,
Mostra os erros que nunca foram corrigidos,
E as chances perdidas que gritam em silêncio.
Caminho entre esses mundos, hesitante,
Onde a promessa de eternidade não me conforta,
Pois a vida, com seus erros e acertos,
É um paraíso e um inferno por si só.
E na morte, talvez, encontremos o espelho,
Do que fomos, do que nos tornamos,
Refletindo tanto a luz quanto a sombra,
No eterno ciclo que nunca termina.
