A primavera desabrocha em cores suaves,
flores nascem onde antes havia frio e silêncio,
mas, no fundo, sinto uma ausência persistente,
uma solidão que nem o canto dos pássaros apaga.O verão chega com seu calor abrasador,
as árvores se enchem de vida, de folhas verdes,
mas dentro de mim, um deserto se expande,
onde o calor só intensifica a dor que carrego.O outono cobre o mundo em tons de dourado,
folhas caem como lágrimas silenciosas,
lembrando-me que a esperança é efêmera,
assim como o sol que se esconde no horizonte.E então, o inverno envolve tudo em branco,
um véu gélido de neve, quietude, e morte,
refletindo o vazio que sinto por dentro,
uma tristeza que ecoa em cada floco que cai.As estações passam, mudam, renovam o mundo,
mas meus sentimentos permanecem imóveis,
como raízes profundas em solo estéril,
presas a uma paisagem de desesperança e dor.